A terça-feira, dia 2 de novembro de 2021, feriado de Finados, reservou uma grande partida de futebol. Athletico-PR e Flamengo se enfrentaram pela quarta vez num curto espaço de um mês. Depois de ser eliminado pelo adversário na semifinal da Copa do Brasil, o Rubro-negro carioca tinha a chance de dar o troco no Brasileirão. Mas, depois de abrir 2 a 0, acabou levando o empate nos acréscimos.

Renato não economizou críticas a arbitragem (Foto: Robson Mafra/AGIF)
Renato não economizou críticas a arbitragem (Foto: Robson Mafra/AGIF)

Em entrevista coletiva após a partida, Renato Gaúcho mostrou toda a sua indignação com a arbitragem. No primeiro tempo, Renato Kayzer e Léo Pereira tiveram um lance repleto de braços e pernas. O árbitro resolveu expulsar o atacante do Furacão, mas o VAR recomendou a revisão da jogada e Kayzer foi “absolvido” e marcou o gol que gerou a reação da equipe paranaense.

“Se eu falar aqui da arbitragem tem duas coisas. Uma que eu não gosto de falar de arbitragem. Outra que as pessoas vão falar que é desculpa. Mas, hoje, a arbitragem passou dos limites. No lance do Kayzer, ele deveria ter sido expulso. Foi uma agressão por cima e por baixo. Tanto é que o juiz o expulsou na hora. E mais uma vez o VAR entrou em ação. Quando eu falo que o VAR apita o jogo, ninguém acredita. Aí tinha que fazer essa pergunta para o árbitro de vídeo. E ao mesmo tempo o do jogo. Mas eles não dão entrevistas. Eles vão embora. Na próxima rodada eles vão estar trabalhando de novo. Nós, que trabalhamos arduamente para buscar o resultado, somos os criticados”, começou Renato.

Renato ficou indignado com revisão de expulsão de Kayzer (Foto: Robson Mafra/AGIF)

A pergunta que eu gostaria de fazer para o Gaciba e para os árbitros: no próximo jogo meu jogador pode dar soco então? Vai poder agredir? Mas pode olhar no VAR, não sangrou, não quebrou os dentes do adversário. O que precisa fazer para ser expulso? Esta é a pergunta que precisa ser feita para a arbitragem. Essas perguntas têm que ser feitas para o Gaciba. Não é possível. Está aí o lance: agressão. Por muito menos o jogador tem que ser expulso. E o jogador que foi expulso e voltou foi o que fez o primeiro gol. E fica por isso mesmo. Chegamos ao ponto do VAR não deixar um jogador que agrediu ser expulso. Mas, amanhã, os entendidos vão falar que estou dando desculpa. E esses mesmos se amanhã ou depois um jogador meu agredir um adversário, por muito menos, forem expulsos, vão dizer que foi justamente”, reclamou o técnico, que continuou:

“O futebol brasileiro ou ele muda ou está acabando. Eu sempre fui a favor do VAR. O VAR é uma ferramenta que é impossível de você errar. Para você ver como as pessoas que estão trabalhando no VAR são incompetentes. Porque não é possível você ter todo lance, de todos os ângulos e conseguir errado. E não falo só do jogo do Flamengo. Ou se muda isso ou o árbitro vai continuar errando. Eu gostaria de saber do árbitro de vídeo hoje, se tiver uma agressão como essa, se ele não vai expulsar o jogador. Gostaria de saber isso. Já que chegamos ao ponto de termos agressões permitidas no futebol. O que eu vou fazer? Nadar contra a maré, dar soco em ponta de faca. Eu sou um treinador, eu tenho que treinar minha equipe. Mas está demais. Mas hoje foi demais. Sinceramente. Se eu visse esse lance em qualquer partida, eu nem teria que ir no VAR. Eu expulsaria na hora. E ele vai no VAR e volta atrás. Então, agora pode ter agressão no futebol. Se não quebrar e não sangrar nada, segue o jogo. Pelo menos foi o recado que mandaram hoje”, finalizou Renato Gaúcho.