A vida de Renato Gaúcho no Flamengo não está sendo o mar de flores que se esperava. Nome pedido há tempos pelo torcedor para comandar a equipe depois da saída de Jorge Jesus, o treinador chegou com moral, mas parece estar vendo a lua de mel com a torcida ruir depois de algumas más exibições. Somado a isso, a equipe perdeu, em casa, para o Athletico-PR, por 3 a 0, e foi eliminada da Copa do Brasil na semifinal.
Durante o jogo, Renato Gaúcho foi criticado, xingado, hostilizado e precisou ouvir a torcida entoar os gritos de “Mister” – forma como era chamado Jorge Jesus. Em entrevista coletiva concedida após a partida, o treinador falou sobre a situação e preferiu não dar muita margem para o ocorrido.
“Uma coisa super normal no momento que você está trabalhando num clube grande, último treinador que passou aqui e teve sucesso. Torcedor de um grande clube sempre vai lembrar do treinador que venceu, faz parte da nossa profissão. O treinador nem sempre vai ganhar todas, vai lembrar do cara que passou aqui, trabalhou alguns meses e ganhou títulos importantes. Mas já estou vacinado, a cobrança vai sempre existir”, disse o treinador do Flamengo.
Quando questionado se a insatisfação da torcida era justa, Renato não titubeou e foi sincero. O técnico chamou toda a responsabilidade pelos últimos resultados e pelo mau desempenho, numa forma de blindar seus jogadores. A equipe vem sofrendo muitos gols nos últimos jogos: foram oito bolas contra nas três últimas partidas.
“São justos (os xingamentos). Em um clube grande como o Flamengo, no momento em que você não consegue o resultado que o torcedor quer, a cobrança vem. Eu sou pago para isso, podem esquecer o grupo do Flamengo, o culpado sou eu. A cobrança vai sempre existir, o torcedor é paixão. Eu aprendi com um amigo meu que futebol se resume a uma palavra: vitória. Quando perde, a cobrança é muito grande. Quando vence, todo mundo passa a ser bom, a ser excelente. Faz parte, é uma coisa normal. Quem não souber conviver com isso infelizmente está na profissão errada“, enfatizou.