Não se falou em outro assunto nesta última terça-feira (28): após ser chamado de “neguinho” por Nelson Piquet, o britânico Hamilton desabafou no Twitter. O termo utilizado pelo brasileiro foi de uma entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira, em novembro do ano passado. Na conversa, o ex-piloto comenta sobre o acidente entre Lewis e Max Verstappen, em Silverstone.
“O neguinho meteu o carro e não deixou (o outro piloto desviar). O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro se fu** (Verstappen). Fez uma pu* sacanagem”, disse Piquet. Em português, Hamilton respondeu e ganhou o apoio de diversos famosos.
“É mais do que um termo. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e fui alvo delas minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação”, escreveu. Após o episódio viralizar e ganhar uma enorme repercussão, Piquet se pronunciou por meio de um comunicado no qual pediu desculpas.
Confira abaixo, na íntegra, a nota compartilhada por Piquet.
“Gostaria de esclarecer as histórias que circulam na mídia sobre um comentário que fiz em uma entrevista no ano passado.
O que eu disse foi mal pensado, e não defendo isso, mas vou esclarecer que o termo usado é aquele que tem sido amplamente e historicamente usado coloquialmente no português brasileiro como sinônimo de ‘cara’ ou ‘pessoa’ e foi nunca teve a intenção de ofender.
Eu nunca usaria a palavra da qual fui acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele.
Peço desculpas de todo o coração a todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um piloto incrível, mas a tradução em algumas mídias que agora circulam nas redes sociais não está correta. A discriminação não tem lugar na F1 ou na sociedade e estou feliz em esclarecer meus pensamentos a esse respeito”.