A aposta da Netflix na nostalgia não é nova. Desde o começo, quando ressuscitou”Arrested Development” (que havia sido cancelada em sua exibição original) até a concepção de “Stranger Things”, uma série com jeitão dos anos 80, a empresa costuma atrair a atenção ddo públicocom o sentimento confortávelde reconhecer algo na tela.
Não é por acaso que Shawn Levy, responsável por “Stranger Things”, comanda a nova estreia da empresa de streaming, “O Projeto Adam”, um filme que é todo composto de nostalgia — mas não apenas se dá bem nessa aposta, como também tem fôlego para conquistar a nova audiência, composta de adolescentes e jovens adultos.
O filme acompanha Adam (Walker Scobell), um garoto que atravessa um período complicado na escola, no qual conta com o apoio dos pais (Mark Ruffalo e Jennifer Garner). Um dia, a versão mais velha de si mesmo (Ryan Reynolds) aparece, vindo do futuro, para convocá-lo para uma missão que deve salvar o planeta da destruição completa.
Acertando na mosca
“O Projeto Adam” teve o roteiro escrito por quatro pessoas diferentes, mas estranhamente conseguiu manter a coesão, principalmente no que diz respeito ao estabelecimento de seu humor. As cenas que envolvem as versões criança e adulta de Adam são realmente hilárias e funcionam muito bem por causa dos atores envolvidos e do roteiro afiado. Além disso, o filme também abre espaço para cenas dramáticas, protagonizadas por Ruffalo e Garner — que fizeram “De Repente 30” juntos nos anos 2000, o que por si só já é algo nostálgico. Uma boa sacada.
Por mais que muita gente possa reclamar que o filme se torna previsível a partir do momento que ele se encaminha para o final, é impossível negar que “O Projeto Adam” é um dos melhores lançamentos da Netflix nos últimos tempos. O filme tem o tempero necessário para atrair as pessoas mais velhas e os mais jovens com uma história cativante, ótimas atuações e a direção segura de Levy, que consegue aqui um de seus melhores trabalhos. Vale a pena assistir.