O acidente aéreo que resultou na morte de Marília Mendonça, ainda gera muitas dúvidas na população brasileira. Nesta quarta-feira (4), a Polícia Civil fez uma apresentação sobre a conclusão do inquérito do acidente, que indicou de quem é a responsabilidade pela queda do avião.

Fotos: Instagram/Marília Mendonça
Fotos: Instagram/Marília Mendonça

A culpa pelo acidente foi atribuída aos pilotos da aeronave, que estavam entre as vítimas que morreram na tragédia. Entretanto, o caso foi arquivado já que os pilotos responsabilizados também morreram e não poderão responder pela falha. A informação sobre a responsabilidade foi incluída na conclusão do inquérito sobre o acidente aéreo. A polícia informou que houve homicídio culposo (quando não há intenção de matar) triplamente qualificado por parte do piloto e do copiloto.  Ainda segundo a polícia, foi descartada uma possível falha mecânica,  mal súbito ou até mesmo um possível atentado.

Ivan Lopes Sales, que é delegado regional de Caratinga, falou sobre as provas que levaram a essa conclusão: “Diante de todos esses cenários, os procedimentos operacionais da aeronave não foram responsáveis. O manual de treinamento da aeronave estipula a velocidade a ser feita na perna do vento, e o que ficou evidenciado é que os pilotos ultrapassaram essa velocidade, desrespeitando o manual e saindo da zona de proteção do aeródromo. Qualquer responsabilidade cabia aos pilotos observar. Dessa forma houve negligência e imprudência”, afirmou. Sales completou: “O resultado dessa investigação é com absoluto respeito a todos os familiares, de todos os envolvidos. Sabemos que foi um acidente, mas é uma missão da PCMG apurar. A investigação transcorreu, em quase 2 anos, na busca de descartar várias possíveis causas do acidente, até que se chegasse na causa fundamental da queda da aeronave. Precisávamos aguardar o laudo do Cenipa para descartar qualquer problema na aeronave. O IML também descartou qualquer problema com os pilotos, por meio dos exames. Era uma hipótese mais absurda, um atentado contra a aeronave e também foi descartado”, garantiu ele.

O policial também explicou porque a culpa pelo acidente não foi atribuída a fatores externos: “Os fatores externos poderiam ter prejudicado, no entanto, não era obrigatória a sinalização. Os manuais de procedimento dessa aeronave não foram analisados pelo piloto, era dever de quem comandava a aeronave ter feito essa análise prévia. Haviam documentos que possibilitariam os pilotos de identificar essas torres, as linhas de transmissão. A aeronave também dispunha de um equipamento que emite sinais sonoros na proximidade de obstáculos, ele pode ser desligado pelos pilotos, à medida que o avião vai se aproximando do solo ele emite avisos. A aeronáutica não conseguiu chegar a essa conclusão em razão da deterioração da aeronave”, informou.  A aeronave caiu em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, região Leste de Minas Gerais.