O diretor Aly Muritiba, diretor do filme “Deserto Particular”, fez um desabafo em sua conta no Twitter na tarde de ontem (21) após seu filme ficar de fora da lista de pré-indicados ao Oscar 2022 na categoria de Filme Internacional. O país nunca venceu uma estatueta dourada.
“Sobre o Oscar: Aprendi muito nesse processo de fazer campanha. Uma das coisas que aprendi é que é sobre cinema sim, mas não só, na verdade, muito menos. É sobre planejamento, prazo, suporte, dinheiro. Não basta ter um bom filme”, começou ele na rede social.
Em seguida, falou sobre a campanha:É preciso fazer a escolha do filme mais cedo (os concorrentes são escolhidos muito antes) para poder fazer o circuito alternativo de premiações nos USA, para poder conseguir um distribuidor mais cedo no USA (fundamental).É preciso ter dinheiro. Campanha é promover sessões nos USA (alugar salas de cinema em dólar), pagar publicações, pagar recepções, anúncios, outdoors, etc”.
“‘Parasita’ é um baita filme? Sim, sem dúvidas. Mas a Coréia do Sul investiu milhões de dólares na promoção de seu escolhido anos atrás. Isto posto, quero agradecer à Academia Brasileira de Cinema por ter escolhido ‘Deserto Particular’ para representar o país esse ano. Foi uma honra.Aproveito e me coloco a disposição para discutir melhorias no processo de escolha do representante brasileiro nas próximas edições (essa escolha precisa ser mais célere)”, afirmou na sequência.
Por fim, questionou: “Provoco ainda a ANCINE a pensar na criação de uma linha de fomento para financiar campanha dos próximos filmes escolhidos para corrida. Ou a gente faz direito, ou seguiremos nos iludindo.Os filmes brasileiros são potentes, inventivos, instigantes. Mas pra estarmos em lugares com o Oscar é preciso que sejamos vistos e apoiados pela ANCINE com tal.Aos que ousaram sonhar com um filme brega de amor no red carpet, muito obrigado. Senti de cá a energia de vocês. Tentamos com nossos corações levar nosso filme pra lá”.
