Elaine Melo, campeã da primeira edição do ‘No Limite’, participou de entrevista com a Quem, e desabafou sobre as pessoas que duvidaram que ela levaria a melhor no reality por estar acima do peso.
A ganhadora do prêmio de R$ 300 mil também falou que passou por uma depressão profunda alguns meses após sair vitoriosa da competição. “Faz 21 anos que o programa foi exibido e até hoje ganho parabéns”, começa.
“É muito louco. Na época fui subestimada porque diziam que gordo era lerdo, preguiçoso, que não conseguia fazer atividades. Mas o programa todo não era só baseado na questão física. Tinha muita questão emocional”, diz Elaine.
Ela continua: “Um ano e meio antes de ir para o No Limite, tinha feito terapia para tratar um início de depressão após a morte do meu pai. Esse conhecimento me deu muita força no reality. Soube ter paciência e ponderar as coisas. Isso me ajudou muito”.
Elaine diz que a depressão fez ela passar 3 dias dormindo: “Durante os seis primeiros meses após o programa foi uma loucura. Entrevistas, viagens, palestras sobre superação… Mas eu ainda estava lidando com a depressão. Percebi que tinha que desacelerar. Tinha perdido o meu pai há dez anos em um acidente horrível de carro e não tinha me permitido viver o luto porque estava dando força para os outros”.
Ligação com o pai
Ela explicou: “Eu era muito ligada a ele e me quebrei em mil pedaços para segurar a barra dos outros. Logo depois que o programa acabou, tive depressão profunda. Nos 26 dias de programa perdi 12 kg, mas depois que saí de lá comecei a engordar e fiquei uma bola. Cheguei a pesar 170 kg por conta dos antidepressivos”.
“Não caminhava e fiquei três dias seguidos dormindo sem parar. A depressão me levou para um lugar muito escuro. Era como se alguém tivesse me desligado da tomada”, prosseguiu.
Atualmente, Elaine tem 56 anos, e trabalha como cabeleireira e vendedora de salgados: “A depressão durou de 2001 a 2008. Conseguir sair dela com terapia e medicação. Não pode se descuidar. Hoje não tomo remédio, mas cortei um monte de coisa que me dava gatilhos. Descobri que dá para viver bem e melhor com menos. Me sentia como se devesse satisfação para as pessoas e como se necessitasse estar presente. Muitos se submetem a qualquer coisa para chamar a atenção. Não tenho essa necessidade”.