Uma celebração familiar. Esse é o desejo do cantor e compositor baiano Caetano Veloso para a comemoração de seus 80 anos de idade. Com a presença dos filhos Moreno, Zeca e Tom, e de sua irmã Maria Bethânia, o ‘Especial Caetano Veloso 80 Anos’ acontece neste domingo (07), data de aniversário de Caetano, no teatro da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e será transmitido pelo Globoplay, para não assinantes logados, e pelo Multishow. Um trecho ao vivo da apresentação será exibido durante o ‘Fantástico’, na TVGlobo.
Em entrevista enviada à imprensa nesta quinta-feira (04), Caetano tentou resumir, em poucas palavras, a sua trajetória até aqui: “Diria que foi, para mim, ao mesmo tempo coerente e surpreendente. Desde menino eu sabia que ia ser artista, mas não músico”, destacou ele, que celebrou a oportunidade de dividir com o público as celebrações de seu aniversário.
“(O show será) familiar. Decidi resumir a festa dos meus 80 anos a uma apresentação com meus filhos e minha irmã. Será um show íntimo, mas com público – e para ser visto ao vivo por internautas e telespectadores. Estamos ensaiando em casa, mas vamos para um palco grande. Temos e não temos o direito de errar acordes, versos, notas”, destacou.
Comemoração em família
Em seguida, Caetano contou como selecionou o repertório para a apresentação. “Não será uma mera sucessão de sucessos. Tudo tem de ter valor histórico, mas tem também de ser consideravelmente diferente tanto do “Meu Coco” quanto do “Ofertório” ou daliveque fiz com meus filhos em 2020. Em conversas com Moreno, Zeca, Tom e Bethânia, já chegamos a um roteiro que se aproxima dessas exigências”, disse, frisando as três músicas que faz questão de cantar nesse show: “O sopro do fole”, “Irene”, “Milagres do povo”.
O músico explicou o que não poderia faltar na comemoração de seus 80 anos. “Quero comemorar com meus filhos, com as mães deles, com tantos dos meus irmãos quantos possam vir, além de Beta (apelido de Maria Bethânia)”, afirmou, explicando o motivo pelo qual decidiu fazer um show aberto na data: “Porque celebro, ao mesmo tempo, minha vida familiar e minha vida pública”.
Questionado se poderia citar algum momento importante de sua trajetória musical até o momento, Caetano explicou: “A gente está sempre fazendo algo que nunca fez. Mesmo quando repetimos, não é nunca a mesma água do rio. Na letra de ‘Motriz’, que escrevi pra Bethânia há muitos anos, se encontram os versos: ‘Aquilo que eu não fiz e sempre quis/ É tudo o que eu não sei, mas a voz diz'”, citou.
Recordando as glórias
Em seguida, Caetano recordou outros trechos memoráveis de sua vida: “Momento importante foi cantar com Beta, Gil, Gal, Tom Zé, Alcivando no Vila Velha; ver Bethânia cantar no Opinião; revelar ao Brasil o trio elétrico, invenção do carnaval baiano; fazer o show Circuladô ao ar livre em Realengo; trabalhar com Perinho Albuquerque; juntar A Outra Banda da Terra; juntar a Banda Nova; cantar o “Pulsar” de Augusto de Campos; gravar “Estrangeiro” com Arto Lindsay e Peter Scherer; cantar com David Byrne no Carnegie Hall; cantar “Cucurrucucú Paloma” no filme de Almodóvar; compor e produzir o álbum Recanto, de Gal; trazer Elza Soares de volta às ribaltas”.
A respeito da participação de seus filhos e de Maria Bethânia no show, ele destacou a importância de tê-los por perto para comemorar. “O mais importante é tê-los comigo no palco. Meus filhos e eu agimos como uma banda modesta, mas com luz própria. E enfrentamos o desafio de acompanhar Bethânia”, destacou, dizendo em uma palavra o que o público pode esperar desse show especial: “Sinceridade”.
Maria Bethânia também comentou sobre o show em homenagem a seu irmão: “Estou muito feliz, muito contente, muito grata. É uma honra para mim, uma honra muito grande. E meu irmão está lindo fazendo 80 anos, um gato, gostoso, bonito, suave, delicado, inteligente… Não vamos nem falar mais né, não pertence mais ao meu reconhecimento, pertence ao mundo a genialidade de Caetano. Eu amo meu irmão e amo meus sobrinhos, estou muito feliz em estar do lado deles”, comentou ela na mesma entrevista.