Inigo Philbrick entrou na história após liderar a maior pirâmide financeira do mundo. O britânico, que sabia como ninguém como negociar obras de arte, comandou um esquema de fraude avaliado em US$ 86 milhões (R$ 415,49 milhões). Ele foi preso em 2020 e condenado a 7 anos de prisão pela Justiça dos Estados Unidos.

Inigo Philbrick se declarou culpado. Foto: Stuart C. Wilson/Getty Images for Galerie Patrick Sequin
Inigo Philbrick se declarou culpado. Foto: Stuart C. Wilson/Getty Images for Galerie Patrick Sequin

Philbrick, que ficou conhecido como mini Madoff, “deturpou” obras de artes famosas, além de ter vendido ações para diversos proprietários de um retrato de estilo fotorrealista de Pablo Picasso. Ele também falsificou documentos para inflar os valores das peças. Questionado pelo juiz Sidney H Strein sobre o motivo de ter cometido os crimes, ele declarou: “Pelo dinheiro, meritíssimo”.

“Inigo Philbrick expandiu seu negócio de arte supostamente bem-sucedido garantindo e revendendo ações fracionárias de arte contemporânea de alto valor. Infelizmente, seu sucesso foi construído em mentiras descaradas, incluindo interesses de propriedade ocultos, documentos falsos e até a identidade de um colecionador inventada”. –Damian Williams, procurador dos Estados Unidos, em um comunicado.

Vida de luxo

Nascido na Inglaterra, mas criado em Connecticut, nos Estados Unidos, obritânico agia de forma charmosa e fez diversas vítimas. Entre estes, estava o escritor, artista e acadêmico Kenny Schachter, que perdeu US$ 1,5 milhão (R$ 7,2 milhões). Os dois viraram amigos e chegaram a passar férias juntos. Em matéria sobre o caso, o The Guardian revelou mais detalhes sobre a vida do mini Madoff:

“Filho de um respeitado ex-diretor de museu, escritor e artista formado em Harvard, que se divorciou quando ele era adolescente, devastando a família financeiramente e emocionalmente, de acordo com documentos judiciais”.

Em 2013, ele fundou a sua própria galeria de arte contemporânea. Ele abriu uma filial em Miami, na Flórida, após apresentar um faturamento de US$ 130 milhões. Com a vida de luxo e ostentação, Philbrick desfrutou inúmeras viagens e degustou as melhores garrafas de vinho. Ele ficou noivo de Victoria Baker-Harber, estrela do reality show Made in Chelsea. Os dois tiveram uma filha, Gaia Grace, mas o criminoso nunca chegou a conhecer a filha, porque já estava preso.

Prisão

Em 2019, um credor notificou oficialmente Philbrick por inadimplência em um empréstimo de US$ 14 milhões (R$ 67,35 milhões). No mesmo ano, vários investidores entraram com ações civis. Por isso, ele fugiu para uma ilha no Oceano Pacífico. O britânico foi encontrado e preso em 2020. O seu esquema de fraudes durou de 2016 a 2019.

Em novembro de 2021, Philbrick se declarou culpado por uma acusação de fraude eletrônica. Por conta do acordo de confissão, ele cumprirá a sentença de 121 a 151 meses. Segundo oThe New York Times, o criminoso pediu desculpas por seus atos. O advogado do criminoso revelou que o mini Madoff sofria com problemas de vício em álcool e drogas desde a escola.