Um procedimento cirúrgico desenvolvido com o uso da pele de tilápia, um peixe de água doce, criou um canal vaginal em uma brasileira que nasceu com a síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, também conhecida pelas siglas SMRKH. A condição rara se caracteriza pela atrofia parcial da vagina. Na prática, a mulher não consegue ter atividade sexual.

O procedimento consiste na criação de um espaço artificial através de incisões entre o reto e a vagina, de acordo com o médico – Christopher Furlong/Getty Images
O procedimento consiste na criação de um espaço artificial através de incisões entre o reto e a vagina, de acordo com o médico – Christopher Furlong/Getty Images

A cirurgia feita com o uso da pele do peixe foi idealizada em 2017 pelo médico Leonardo Bezerra, professor de ginecologia da UFC. O procedimento já existia há anos, mas era feito com a pele da virilha dapaciente, então, apesar de ter um resultado positivo garantido, acabava ficando com uma grande cicatriz. A ideia de usar a pele de tilápia vem exatamente para evitar uma marca no corpo.

Imagem: Reprodução/Pixabay

O profissional explica que o procedimento consiste na criação de um espaço artificial através de incisões entre o reto e a vagina, e a pele de tilápia vem para dar um suporte para esse espaço, para ele não fechar. “A ideia de usar a pele de tilápia foi revolucionária e ela não evoluiu com rejeição, nem com infecção”, conta.

Na maioria das vezes, essa síndrome é descoberta pelas pacientes por causa da primeira menstruação. No caso dessa brasileira, chamada Maria Jucilene Moreira, de 28 anos, ela falou em entrevista ao G1, que ao perceber a ausência da menstruação e das dores na barriga correu para o hospital e descobriu o diagnóstico da doença. A moça relatou ainda, que o procedimento cirúrgico não deixou nenhuma cicatriz ou corte, e permite uma vida sexual ativa, sem dor ou qualquer outro incômodo.