Jardim muda time-base do Cruzeiro
Desde a sua chegada ao Cruzeiro, Leonardo Jardim precisou lidar com escolhas que mexeram diretamente no elenco estrelado. O treinador deixou claro que prioriza desempenho coletivo e, por isso, não hesitou em deixar jogadores de renome fora da equipe principal para manter o padrão de jogo que idealizou.

Entre os atletas que perderam espaço estão nomes de peso como Walace e Gabigol, além de Dudu, que acabou deixando o clube após divergências internas e hoje veste a camisa do Atlético. William, mesmo premiado como melhor lateral-direito do Brasileirão em 2024, também chegou a perder a posição para Fagner em determinado momento.
Com o tempo, Jardim consolidou um time-base que vem sustentando os resultados recentes. Desde abril, o Cruzeiro tem atuado com Cássio; William (ou Fagner), Fabrício Bruno, Lucas Villalba e Kaiki; Lucas Romero, Lucas Silva e Matheus Pereira; Christian, Kaio Jorge e Wanderson.
Reserva de Gabigol
Em entrevista concedida à TV Bandeirantes na última sexta-feira (12/9), Leonardo Jardim comentou sobre as escolhas que têm levado Gabigol a iniciar partidas no banco. O treinador explicou que o sistema atual favorece Matheus Pereira e Kaio Jorge, dupla em grande fase, o que torna difícil acomodar os três ao mesmo tempo no ataque.
Segundo Jardim, “A produtividade dos três jogando ao mesmo tempo é de três gols sofridos e um gol marcado. As coisas não funcionam muito bem com esses três jogadores, que são excelentes mas descaracterizam aquilo que é o nosso (estilo de) jogo”. Para ele, a questão não está na qualidade do camisa 9, mas no encaixe tático do time.
O técnico ainda fez questão de reforçar o respeito ao atacante: “Eu já disse tantas vezes que o Gabriel é um excelente jogador, um profissional louvável…”. Apesar disso, Jardim admite não ter encontrado uma forma de reunir todos os craques juntos. Ele concluiu: “A responsabilidade do Gabriel não jogar é do Kaio e do Matheus e da minha incompetência como treinador por não conseguir colocar todos esses jogadores ao mesmo tempo”.
Motivo de Walace ser reserva
Walace chegou ao Cruzeiro como uma das contratações mais caras do clube, mas não conseguiu se firmar como peça essencial. Desde a chegada de Leonardo Jardim, o volante perdeu espaço gradualmente e passou a aparecer menos nas escalações principais da Raposa.
Questionado sobre o tema, o treinador explicou em entrevista à TV Bandeirantes que o perfil do jogador não se ajusta ao modelo que busca implementar. “Os dois volantes que geralmente jogam têm projeção de jogo, deslocamento. O Lucas (Silva) entra na área, e o Romero aparece em movimentos mais verticais. Já o Walace é mais cabeça de área. Jogando com dois volantes, não é bem a característica que pretendo”.
Jardim ressaltou ainda que a situação não se trata de falta de qualidade, mas de encaixe tático. “Por isso ele tem sido menos utilizado que outros que conseguem proporcionar aquilo que é minha forma de jogar. Se Walace estivesse com um treinador que organiza a equipe de forma diferente, com certeza poderia ser titular”. Em 2025, o volante soma 18 jogos, sendo nove deles como titular.