O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) avançou nas investigações sobre o possível uso indevido de cartões corporativos e emissão de notas frias durante gestões passadas do Corinthians.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o promotor Cássio Roberto Conserino, da 6ª Promotoria de Justiça Criminal, afirmou que há provas contundentes ligadas a ex-presidentes do clube, incluindo Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo.
O pedido de afastamento dos três ex-presidentes de todas as funções nos Conselhos Deliberativo e de Orientação foi formalizado à Justiça em 21 de agosto. A investigação, que começou em junho, apura também crimes como estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.
“Há provas bastante contundentes em relação a um deles, e eu preciso caminhar na investigação. Hoje, eu tenho algumas provas de utilização de nota fiscal fria. Isso eu posso afirmar”, declarou Conserino.
O promotor explicou que algumas empresas admitiram a emissão das notas, embora sem execução real dos serviços. Mesmo assim, os valores foram apresentados ao clube e ressarcidos, caracterizando fraude documental.
Sanchez admitiu o uso do cartão para despesas pessoais
O caso ganhou repercussão pública quando Andrés Sanchez admitiu ter usado o cartão corporativo para despesas pessoais em Tibau do Sul (RN), no fim de 2020. O ex-presidente ressarciu o clube posteriormente, mas segue respondendo a processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians.
Conserino, torcedor do clube, lamentou a situação: “Como torcedor, fico absolutamente triste. Não é possível que um clube com 30 milhões de torcedores deva R$ 2,6 bilhões, atolado em dívida e escândalos. O Corinthians precisa ser preservado.”
Próximos passos da investigação
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) apura o uso irregular de cartões e notas fiscais, inicialmente focado nas gestões de Andrés Sanchez (2018–2020) e Duilio (2021–2023), mas expandiu-se para incluir Augusto Melo.
O MP-SP também ouviu depoimentos do atual presidente, Osmar Stabile, do vice Armando Mendonça e do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, para mapear o funcionamento dos cartões corporativos.
Conforme a investigação avança, novas medidas judiciais e punições internas ao clube podem ser aplicadas, enquanto os torcedores seguem pressionando por responsabilização dos ex-presidentes.