Ação trabalhista contra o clube

Uma ex-jogadora do Corinthians entrou com ação trabalhista contra o clube cobrando valores referentes a premiações de 2024. A atleta, que não atua mais pelo Timão, pede R$ 241.809,76 em dívidas acumuladas. Os valores incluem conquistas da Libertadores e do Brasileirão, além do vice-campeonato do Paulistão. O processo corre em segredo de Justiça e foi revelado pelo jornal Lance!.

Corinthians 2024. Foto: Alan Morici/AGIF
Corinthians 2024. Foto: Alan Morici/AGIF

Segundo os documentos, o Corinthians deve R$ 174.282,64 em premiações dos títulos, além de R$ 11.972,73 pelo vice-campeonato estadual. Os montantes foram estabelecidos em contrato pelo próprio clube. Além do valor principal, a reclamante ainda solicita indenização por danos morais, argumentando que a forma de pagamento foi irregular após a rescisão de contrato.

A jogadora alega que o clube parcelou as verbas rescisórias, contrariando o artigo 477 da CLT, que determina o pagamento em até dez dias após o término do vínculo. O não cumprimento do prazo gera multa equivalente a um salário, além do valor devido. Para a defesa da atleta, o Corinthians agiu em desacordo com a lei trabalhista, o que reforça o pedido de indenização.

Premiação 2024. Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Situação interna no clube

A ação também aponta como agravante o fato de o Corinthians ter quitado pendências com jogadores do time masculino, enquanto o elenco feminino seguia sem receber. O documento cita, por exemplo, dívidas de direitos de imagem com Memphis, registradas no mesmo período. Essa diferença de tratamento é apresentada pela reclamante como prova de desigualdade na gestão interna.

O ano de 2024 foi de grandes conquistas para o Corinthians feminino. A equipe levantou o troféu da Libertadores ao vencer o Santa Fe por 2 a 0, no Paraguai, e também garantiu o título do Brasileirão contra o São Paulo. No Paulistão, as Brabas chegaram à final, mas perderam para o Palmeiras. Após a temporada, nove jogadoras deixaram o clube, incluindo a autora da ação.

O processo abre precedente para que outras ex-atletas busquem seus direitos na Justiça. A diretoria alvinegra reconhece que existem dívidas pendentes e tenta chegar a um acordo junto à gestora da equipe, Iris Sesso. O temor interno é que novas ações individuais aumentem a pressão sobre o departamento jurídico e comprometam a imagem do clube no futebol feminino.

Próximos passos do Corinthians

A expectativa é de que a diretoria busque uma solução nos próximos meses para evitar que a situação se agrave. Internamente, o planejamento prevê negociações para quitar as dívidas ainda em 2025. O caso traz à tona novamente o debate sobre as condições de trabalho no futebol feminino e o compromisso dos clubes com a profissionalização da modalidade no Brasil.