O primeiro capítulo da final da Copa Betano do Brasil deixou um gosto amargo para o torcedor do Corinthians. Na noite desta quarta-feira (17), na Neo Química Arena, o Timão foi inoperante, teve uma de suas piores atuações na temporada e ficou no empate por 0 a 0 com o Vasco, que foi superior durante praticamente toda a partida e mais próximo do gol.

Desde a escalação inicial até a leitura de jogo, Dorival Júnior ficou devendo em um confronto decisivo. A proposta corinthiana não funcionou em nenhum momento, sobretudo no 1º tempo, quando o Vasco subiu as linhas, controlou a posse de bola e criou as melhores oportunidades.
A ineficiência ofensiva alvinegra foi escancarada nos números: a primeira finalização do Corinthians só aconteceu aos 25 minutos do 2º tempo, retrato fiel de um time sem construção, sem aproximação entre os setores e com pouca ousadia para pressionar.
Meio-campo não funciona e escolhas de Dorival pesam
A opção por José Martínez ao lado de Raniele, deixando Maycon no banco, mostrou-se um erro claro. A saída de bola do Corinthians simplesmente não existiu. Raniele, além de errar passes em excesso, ainda recuava para formar uma saída de três desnecessária, o que engessou ainda mais o meio-campo. Martínez, por sua vez, não pressionou alto e, com a bola, pouco contribuiu tecnicamente.
Jogadores como Rodrigo Garro, Raniele e Bidon erraram além da conta, o que impediu qualquer fluidez ofensiva. A bola não chegava aos atacantes, e nomes importantes como Memphis Depay ficaram isolados, dependentes de lançamentos forçados e jogadas individuais.
Além disso, alguns atletas deram claros sinais de desgaste físico, o que também impactou no rendimento coletivo. O Vasco, mais inteiro, venceu os duelos, teve controle do jogo e demonstrou maior organização com e sem a bola.
Mudanças tardias e pouco efetivas
Dorival voltou para o 2º tempo com a mesma formação, mas precisou corrigir rapidamente os erros. Logo aos seis minutos, promoveu as entradas de Maycon e Carrillo, tentando dar mais qualidade ao setor central. Apesar da melhora pontual na circulação da bola, o Corinthians seguiu previsível e pouco agressivo.
Mais tarde, aos 22 minutos, o treinador sacou Raniele e Garro, este último apagado, para as entradas de André e Vitinho. As mudanças, no entanto, não surtiram efeito. O time continuou passivo e sem repertório ofensivo até o fim. Na saída de campo, após o apito final, o treinador foi flagrado batendo boca com torcedor, o que comprova o tom de cobrança.
Decisão aberta, mas alerta ligado
Com o empate sem gols, a decisão da vaga na fase de grupos da Libertadores de 2026 ficou para o próximo domingo (21), às 18h, no Maracanã. Cerca de 65 mil ingressos já foram vendidos para o confronto decisivo.
Para ser campeão, o Corinthians precisará apresentar uma postura completamente diferente. O desempenho desta quarta acendeu um sinal de alerta: Dorival terá pouco tempo para corrigir erros de escalação, ajustar o meio-campo e recuperar a intensidade de um time que, na Neo Química Arena, esteve muito aquém do que o peso de uma final exige.