Quando o design exagera na ousadia e vira motivo de piada
Nem sempre inovar é sinônimo de acertar. No futebol brasileiro, alguns clubes arriscaram em modelos ousados, tentando modernizar ou celebrar momentos especiais, e acabaram criando verdadeiros “clássicos” da feiura. Do “pijama” alviverde ao “biscoito Negresco” gremista, muitas dessas camisas entraram para a história — mas não pelo motivo que os torcedores esperavam.

A seguir, uma seleção das 20 camisas mais feias dos times do Brasileirão, com histórias curiosas, polêmicas e até supersticiosas que mostram que, no futebol, o gosto nem sempre é unanimidade.
1) Palmeiras – 2006
O terceiro uniforme prateado do Palmeiras fugiu completamente das cores tradicionais do Verdão. O design, cheio de brilho, rendeu o apelido de “pijama” entre os torcedores. O modelo, apresentado por Edmundo, foi usado em algumas partidas do Brasileirão.
Apesar da tentativa de modernizar o visual, a camisa prateada destoava do verde clássico e virou piada na época. Até hoje, é lembrada como uma das experiências mais duvidosas da história alviverde.
2) Vasco – 2012
Inspirado nos navegadores portugueses, o modelo azul do Vasco buscava homenagear o “domínio dos mares”. No entanto, um conselheiro conseguiu barrar o uso da camisa na justiça comum, frustrando o departamento de marketing.
Mesmo com boas vendas, o tom de azul e o visual destoante da faixa tradicional não convenceram os torcedores. O uniforme virou peça curiosa de coleção, mas não de orgulho vascaíno.
3) Cruzeiro – 2014
Para celebrar a Copa do Mundo no Brasil, o Cruzeiro lançou uma camisa amarela, em homenagem à Seleção. A ideia era boa, comparar o modelo ao uniforme de goleiro usado por Raul Plassmann nos anos 70, mas a execução não agradou.
O manto amarelo, cheio de detalhes em azul, dividiu opiniões na torcida do Cruzeiro. Muitos acharam a cor gritante e completamente fora da identidade celeste.
4) Corinthians – 2008
A camisa roxa surgiu como homenagem ao “corintiano roxo”, no ano em que o Corinthians disputou a Série B. Apesar da boa intenção, muitos torcedores tradicionais estranharam o abandono das cores preto e branco.
O modelo, porém, fez sucesso de vendas e marcou a volta do clube à Série A. Ainda assim, permanece como um dos uniformes mais inusitados da história alvinegra.
5) Botafogo – 2016
A camisa cinza do Botafogo, com degradê em quatro tons, até tentou inovar, mas ficou longe de agradar. O uniforme parecia carregar uma “zica”: o time raramente vencia com ele.
Visualmente discreta, a peça acabou ganhando fama negativa e virou superstição entre os botafoguenses.
6) Flamengo – 2010
Com azul e amarelo, o “uniforme Tabajara” do Flamengo foi lançado em homenagem às cores originais do clube. Mas o visual lembrou o time fictício do programa Casseta & Planeta e virou piada nacional.
Mesmo com a justificativa histórica, a combinação destoou completamente do vermelho e preto, gerando grande rejeição da torcida.
7) Internacional – 2017
O ano do rebaixamento do Internacional foi marcado também por um uniforme polêmico. A faixa escura no peito foi comparada a uma marca de pneu, rendendo críticas nas redes sociais, como se fosse um atropelamento.
Segundo o clube, a faixa homenageava a cobertura do Beira-Rio. A ideia até era simbólica, mas o resultado visual ficou desastroso.
8) Grêmio – 1996
Apelidada de “Camisa Negresco”, a peça em preto e azul-escuro do Grêmio parecia a embalagem do famoso biscoito. Mesmo com o time em boa fase, o modelo virou motivo de piada.
Usada poucas vezes, a camisa ganhou fama de “pé frio”, pois foi com ela que o clube cedeu empate ao Vélez, Supercopa Libertadores, após estar vencendo por 3 a 1. Hoje é lembrada mais pela curiosidade do que pela estética.
9) Flamengo – 2015
Inspirada no antigo “papagaio vintém”, primeiro utilizado pelo Flamengo no futebol, em 1912, a camisa quadriculada dividiu opiniões. A homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro acabou virando alvo de chacota.
Além da aparência estranha, como se fosse um tabuleiro de damas ou xadrez, o uniforme estreou com derrota para o Botafogo — o suficiente para reforçar sua má reputação.
10) São Paulo – 2013
O uniforme totalmente vermelho do São Paulo, que teve a campanha “vermelho, a cor da raça”, foi lançado em homenagem à reforma do Morumbi. Sem escudo visível e com patrocinadores apagados, o resultado ficou confuso.
A estreia aconteceu contra o Penapolense, numa partida à noite, o que agravou o problema: o vermelho intenso deixou tudo ainda menos legível. A camisa virou uma das mais criticadas da história tricolor.
11) Fluminense – 2002
A camisa laranja homenageava o bairro das Laranjeiras e o centenário do Fluminense. Apesar da intenção, o visual chocou os mais tradicionais e não foi usada em jogos oficiais.
A camisa foi usada uma única vez, no jogo amistoso contra o Toluca, do México, no Maracanã, e durante 45 minutos da partida. O modelo é lembrado com carinho por uns e rejeição por outros.
12) Palmeiras – 2000
Branca com faixas verdes largas, a camisa do Palmeiras produzida pela Rhumell destoava pouco, mas ainda assim gerou estranhamento. O design parecia genérico e sem inspiração.
Foi usada por jogadores como o atacante Asprilla o meia Rodrigo Taddei. Além disso, foi vestindo essa camisa que o Verdão venceu o Sport na final da Copa dos Campeões. Mesmo assim, não bastou para deixá-la bonita.
13) Santos – 2017
O Santos lançou um modelo camuflado em cinza e preto, o que causou confusão entre os torcedores. A ideia era inovar, mas o resultado lembrou uniforme militar.
O modelo apresentava a cor cinza como predominante, em um design camuflado pelo corpo na cor preta. Mesmo com boa aceitação comercial, o público achou o design pesado e distante da elegância do time da Vila tradicional.
14) Atlético-MG – 2022
Metade listrada e metade branca, a camisa do Atlético-MG dividiu opiniões. O design representava o andamento das obras da Arena MRV, que hoje é o estádio do Galo.
A proposta simbólica parecia interessante, baseada na camisa titular lançada no ano anterior, mas o resultado visual lembrava um erro de impressão, como se o clube vestisse uma camisa titular e reserva ao mesmo tempo — e não uma homenagem planejada.
15) Palmeiras – 2018
Com verde oliva e textura em degradê, o terceiro uniforme do Palmeiras foi bastante criticado, acusado de ser “sem vida”. A tentativa de inovar resultou em algo opaco e sem identidade.
A torcida do Verdão classificou o modelo como um dos mais apagados da era Adidas. Poucos sentiram falta quando ele foi aposentado.
16) Bahia – 2013
O degradê azul e rosa foi ousado, mas não caiu no gosto dos torcedores do Bahia. O visual colorido dividiu a torcida e virou alvo de memes nas redes sociais, tanto dos tricolores, quanto dos rivais.
O clube, por outro lado, justificou o design como homenagem à alegria da torcida. Mesmo assim, a mistura de tons foi considerada exagerada e fora do padrão.
17) Corinthians – 2009
A Nike manteve o roxo na terceira camisa do Corinthians como cor principal, assim como no ano anterior, mas o efeito já não surpreendia. O uniforme ficou conhecido mais pelo patrocínio da Batavo do que pelo design.
Apesar da ousadia, muitos acharam o modelo repetitivo e pouco marcante. Ainda assim, virou item raro entre colecionadores. A estreia foi no empate com o Grêmio Barueri, em 2 a 2, pelo Brasileirão.
18) Santos – 2020
O azul-claro do terceiro uniforme do Santos fugiu totalmente das cores tradicionais. A tentativa de resgatar a história, fazendo referência a uma das primeiras cores do alvinegro praiano, acabou criando confusão visual.
Com o escudo retrô, o modelo foi mal recebido. Parecia mais uma camisa de treino do que um manto histórico. E durante as partidas, o Santos teve que adaptar, incluindo o escudo atual centralizado.
19) Botafogo – 2021
O “Manto da Desigualdade” do Botafogo tinha boa causa, o combate ao racismo, mas design contestável. As listras viraram gráficos complexos, o que prejudicou a estética.
A homenagem ao combate ao racismo foi louvável, porém a execução visual ficou confusa e difícil de compreender em campo. Faltou harmonia, principalmente pela presença do patrocínio, acima dos gráficos.
20) Cruzeiro – 2019
O uniforme amarelo do Cruzeiro em 2019 pretendia homenagear os 95 anos da Umbro, mas acabou virando piada. Muitos chamaram o tom de “marca-texto”.
A homenagem à Seleção Brasileira ficou longe de agradar. Para a torcida, o Cruzeiro deve brilhar de azul — e não de amarelo fluorescente, que destoou completamente das cores do clube.