Clima tenso na briga pelo título
O Flamengo não comprou a ideia de que o Brasileirão Betano está “entregue”, como disse Abel Ferreira após o empate do Palmeiras com o Fluminense. Nos bastidores, a avaliação é de que o treinador tenta transferir pressão para o Rubro-negro justamente na reta decisiva. A distância de quatro pontos anima o torcedor, mas o ambiente interno trabalha para impedir qualquer clima de euforia. O clube entende que ainda há riscos e que o rival usa discurso estratégico.

A fala de Abel pegou a diretoria flamenguista de surpresa, especialmente porque o Palmeiras ainda tem três rodadas e um confronto direto emocionalmente pesado pela frente: a final da Libertadores. A leitura no Flamengo é de que a fala não reflete o real sentimento do elenco palmeirense, reconhecido pela competitividade. Por isso, a ordem interna é simples: foco, silêncio e pés no chão, sem alimentar ou responder publicamente à provocação do adversário.
O elenco rubro-negro também recebeu orientação para evitar temas envolvendo favoritismo. A vitória sobre o Red Bull Bragantino ampliou a vantagem na liderança, mas os jogadores foram instruídos a tratar cada rodada como decisão. A comissão técnica teme qualquer acomodação, especialmente com rivais jogando a responsabilidade. A postura é de vigilância total, entendendo que a fala de Abel não veio por acaso.
Palmeiras em queda e Abel admite desgaste
O técnico do Palmeiras justificou a sequência ruim ao citar desgaste físico e o impacto da Data-Fifa. “Não há tempo para respirar nem para descansar. Eles tentam, mas falta inspiração. Nota-se perfeitamente que estamos a tentar, mas sem ser criativos”, comentou. Para o Flamengo, essas explicações reforçam o tom de “blindagem” do elenco rival, típico de quem tenta aliviar o ambiente antes da final continental. O Rubro-negro, entretanto, prefere não interpretar isso como fraqueza.
A derrota de peças importantes, como Lucas e Andreas, foi lembrada por Abel como determinante para a queda de rendimento. “Jogar sem sete ou oito jogadores não foi bom. Perder o Lucas e o Andreas nestes jogos foi determinante”, afirmou o treinador. No Ninho do Urubu, a análise é de que o Palmeiras vive, sim, um momento irregular, mas ainda é competitivo demais para ser descartado. Por isso, a preocupação segue alta.
O empate diante do Fluminense marcou o quarto jogo seguido sem vitória do Verdão, e a oscilação gerou pressão externa. Ainda assim, o Flamengo entende que, em momentos como esse, equipes fortes costumam reagir. O clube evita entrar na narrativa de que o título está “encaminhado”, como parte da estratégia para manter o grupo atento ao que ainda pode acontecer nas últimas rodadas.
Foco dividido no rival e alerta máximo no Flamengo
Antes da final da Libertadores, o Palmeiras ainda encara o Grêmio, em Porto Alegre, podendo poupar jogadores. “Um jogo de cada vez. Vamos ver como os atletas estarão amanhã”, disse Abel ao falar sobre priorização. Internamente, o Flamengo observa esse cenário com atenção: um possível time misto pode mexer com a matemática do campeonato, mas nada é tratado como vantagem garantida. A ordem é: vencer os próprios jogos.
O Rubro-negro se mantém focado nas partidas restantes do Brasileirão Betano, fugindo de qualquer clima de soberba. A avaliação é de que a fala de Abel, dizendo que “o campeonato está entregue”, não deve influenciar o grupo. Pelo contrário, reforça o discurso de que nada está decidido até a última rodada. O clube pretende usar a prudência como arma para não dar brechas emocionais ao rival direto.