Fair Play Financeiro em 2026

A CBF lançou nesta quarta-feira, em São Paulo, o novo Sistema de Sustentabilidade Financeira do Futebol Brasileiro, um conjunto de regras que começará a valer para os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro a partir de 1º de janeiro de 2026.

CBF anuncia fair play financeiro. Foto: Thiago Ribeiro/CBF
CBF anuncia fair play financeiro. Foto: Thiago Ribeiro/CBF

A proposta funciona como um fair play financeiro nacional e busca dar mais equilíbrio às contas dos times. O modelo é estruturado em quatro pilares e terá seus indicadores acompanhados pela ANRESF, agência criada especificamente para monitorar e fiscalizar o cumprimento dessas normas.

Haverá rebaixamento no Brasileirão 2026 com Fair Play Financeiro?

Uma das punições previstas no novo fair play financeiro será, sim, o rebaixamento no Brasileirão, mas ele não aparecerá de imediato. A CBF vai aplicar tudo de forma gradual, e só depois de várias violações. Primeiro o clube recebe advertência, depois multa, retenção de receitas e até transfer ban. A queda de divisão só entra em cena quando o descumprimento vira algo repetido e grave.

As regras começam a valer a partir de janeiro, mas muita coisa só será obrigatória perto do fim de 2026 e totalmente em 2028/2029. Os clubes terão que controlar dívidas novas, limitar gastos com elenco e manter o nível de endividamento de curto prazo abaixo de 45% das receitas. Além disso, haverá fiscalização contínua da folha salarial e das contratações, com controle mais rígido já a partir de abril.

Presidente da CBF. Foto: CBF

Na prática, 2026 será um ano de adaptação, com regras entrando por etapas. Só depois desse período, quando o sistema estiver valendo por completo, é que punições mais duras, como perda de pontos e rebaixamento, podem acontecer. Ou seja: haverá rebaixamento no modelo, mas apenas como última consequência e dependendo de alguns detalhes.

As regras do fair play financeiro

As novas regras do fair play financeiro começam a valer já em 2026 para dívidas futuras, enquanto os débitos antigos só entram no sistema no fim do ano. Os clubes terão que provar equilíbrio operacional, mostrando superávit ou cobrindo qualquer déficit com aportes.

Também haverá limites de prejuízo, maiores para a Série A e menores para a Série B, além de um teto de gastos com elenco, que passa a valer de forma plena a partir de 2028 e fica ainda mais rígido em 2029. Até 2030, a dívida de curto prazo não poderá ultrapassar 45% das receitas.

O pacote inclui ainda regras específicas para clubes em recuperação judicial, que não poderão aumentar a folha nem contratar sem antes vender atletas. Também passa a ser proibido que um mesmo investidor tenha influência relevante em dois clubes da mesma competição.

Em caso de descumprimento, as punições são progressivas: começam com advertências e multas e podem chegar a transfer ban, perda de pontos, rebaixamento e até cassação de licença, além de sanções a dirigentes envolvidos em irregularidades.