Davide Ancelotti fala sobre responsabilidade, desafios e o peso de seu sobrenome no Botafogo
O técnico do Botafogo, Davide Ancelotti, concedeu entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport e revisitou sua caminhada no futebol internacional, marcada por passagens por grandes clubes da Europa, e comentou sobre sua adaptação ao cenário esportivo brasileiro. A relação próxima ao “papà” foi destacada como fundamental em sua formação profissional, servindo de base para o trabalho que agora desenvolve no futebol sul-americano.

Aos 36 anos, Davide vive uma experiência inédita, e com uma responsabilidade proporcional ao seu sobrenome. No comando do Botafogo, ele quer provar que não está ali apenas por herança, mas por mérito próprio, construindo uma trajetória independente no mundo da bola.
Novo desafio no Brasil
“Agora, porém, ando sozinho. Sou o primeiro treinador, não mais o segundo. A responsabilidade aumentou, e eu sinto isso. Liderar o Botafogo não é brincadeira”, afirmou, ciente do tamanho do desafio no futebol brasileiro e da pressão que carrega.
Ainda assim, ele acredita que está no momento certo para dar esse passo. “Eu queria me desafiar. Aos 36 anos, acho natural e humano tentar algo assim. Eu me senti pronto, então me joguei. E vou tirar uma lição do meu pai: será incrivelmente útil nesta jornada”, declarou.
Mesmo à distância, Carlo Ancelotti segue sendo uma figura importante em sua trajetória. “Ele é meu fã número um todos os dias. Ele sofre muito durante os jogos, me faz perguntas, me escuta, mas sempre discretamente. Ele não é invasivo. Ele me deixa seguir meu próprio caminho e, só me dá conselhos se eu pedir”.
A paixão do futebol brasileiro
Ao falar sobre sua nova realidade, Davide se mostrou impactado pela intensidade do futebol nacional. “Futebol é paixão aqui. Meu pai cobra e sofre. Se você é técnico, ter meu sobrenome é muito difícil. Não será fácil superar os problemas e preconceitos”.
Sobre sua relação com a torcida e o clube, o italiano fez questão de destacar o acolhimento. “A torcida me recebeu muito bem. E o clube também. Não senti nenhuma desconfiança. Curiosidade, sim, claro. Mas os resultados contam: se você vai bem, você é um fenômeno. E se você vai mal, eles te criticam. É assim em todos os lugares, e o Brasil não é exceção”.