A ascensão meteórica e a quebra de etapas
Em entrevista ao podcast “Toca e Passa”, do O Globo, o ex-treinador do Botafogo, Carlos Leiria, comentou sobre a formação de Matheus Nascimento, hoje emprestado ao LA Galaxy. Ele apontou que o atacante sofreu falhas na preparação que afetaram sua evolução natural.

Segundo ele, a necessidade de resposta imediata do clube e a pressão do torcedor acabaram antecipando etapas cruciais no desenvolvimento do jovem. Matheus chegou ao Glorioso ainda em 2015, aos 12 anos, e logo chamou atenção por seu faro de gol.
Com apenas 16 anos, em 2020, estreou como profissional, tornando-se o jogador mais jovem a atuar pelo clube. Para Leiria, esse salto precoce foi um divisor de águas: “O Botafogo precisava dar uma resposta rápida, e ter um jogador da base no time principal parecia a solução. Mas isso tirou dele a chance de completar etapas fundamentais da formação“, destacou.
A pressão da torcida e o peso de carregar um clube
Segundo o técnico, muitas vezes ele descia do profissional direto para os jogos do sub-23, sem passar pelo processo completo de preparação. “Não conseguimos trabalhar com ele em treinos táticos, porque na véspera do jogo já estávamos ajustando a equipe. Isso prejudicou a evolução do atleta“, explicou.
O ex-comandante acredita que a exigência em cima de um jogador ainda em formação foi determinante para os altos e baixos da carreira inicial de Matheus. “Queriam que ele resolvesse os problemas do time principal, mas ele não estava pronto para essa responsabilidade. Faltou paciência, tanto da comissão quanto do torcedor”, analisou.
O atacante, que acumulou mais de 150 gols nas categorias de base alvinegra, não conseguiu repetir o mesmo rendimento de forma consistente no profissional. Sua melhor temporada foi em 2022, com sete gols em 37 jogos, mas o jejum de gols em períodos seguintes aumentou a pressão externa.
Futuro no exterior e chance de recomeço
Atualmente no LA Galaxy, dos Estados Unidos, Matheus tenta reencontrar o bom futebol. Para Carlos Leiria, essa experiência pode ser fundamental: “Ele é inteligente, sabe absorver aprendizados. Jogar fora vai ajudá-lo a amadurecer e talvez recuperar o potencial que sempre demonstrou na base”, concluiu.
Enquanto, a joia brilha no futebol americano, o Botafogo, foca na Copa do Brasil contra o Vasco, no dia 11 de setembro , às 21h30, no Nilton Santos pelo jogo de volta das quartas de final.