O empate por 1 a 1 entre Botafogo e Corinthians, no último sábado (26), no Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro, revelou mais do que o placar pode sugerir.

Análise: empate entre Botafogo e Corinthians escancara limitações nos elencos. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
© Jorge RodriguesAnálise: empate entre Botafogo e Corinthians escancara limitações nos elencos. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

Foi um jogo em que as carências e virtudes de ambos os elencos ficaram expostas, além de destacar o peso que boas (ou más) decisões técnicas podem ter sobre o rumo de uma partida.

Do lado do Botafogo: domínio no primeiro tempo

O Botafogo dominou amplamente o primeiro tempo, jogando talvez os seus melhores 45 minutos da temporada. A equipe de Davide Ancelotti apresentou repertório ofensivo variado — com triangulações, cruzamentos e jogadas ensaiadas — e só não construiu uma vantagem maior por falhas na definição.

Arthur Cabral abriu o placar após boa jogada de Nathan Fernandes e Mateo Ponte, mas o time desperdiçou ao menos duas outras boas oportunidades.

Corinthians renasce no segundo tempo

Na segunda etapa, no entanto, o cenário mudou drasticamente. Dorival Júnior foi decisivo ao mexer, corrigindo os erros de um primeiro tempo quase inexistente ofensivamente.

RJ – RIO DE JANEIRO – 26/07/2025 – BRASILEIRO A 2025, BOTAFOGO X CORINTHIANS – Newton jogador do Botafogo disputa lance com Angel Romero jogador do Corinthians durante partida no estadio Engenhao pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

As entradas de Breno Bidon, Matheuzinho, Yuri Alberto e Memphis Depay elevaram o nível técnico e físico do Corinthians, que passou a competir melhor e ocupou o meio-campo com mais intensidade. O empate veio como consequência natural da nova postura, com Memphis aproveitando sobra para marcar.

A leitura de jogo de Ancelotti ficou comprometida pela limitação do elenco. Sem Marlon Freitas, Danilo Barbosa e com Danilo ainda fora da condição ideal, o Botafogo não tinha peças para contragolpear as trocas do rival.

Isso afetou o setor mais exigido pela nova configuração do jogo: o meio-campo. Newton e Allan, antes dominantes, ficaram sobrecarregados. Na frente, Arthur Cabral também caiu de rendimento, e as opções de banco — como Mastriani — entraram tarde e pouco impactaram.

Pelo lado do Corinthians, o empate teve sabor de vitória. Mesmo que o início com os reservas tenha sido desastroso, a coragem de Dorival em rever sua estratégia e reintroduzir os titulares garantiu o resultado fora de casa.

No entanto, o técnico não pode ignorar que o elenco é curto. As reservas falharam em dar resposta, e o time só foi competitivo com os nomes que, em tese, deveriam estar sendo poupados para o Dérbi contra o Palmeiras.

Em resumo, o empate foi justo por refletir o domínio de cada time em um tempo diferente. Mas serviu de alerta para os dois lados: o Botafogo precisa de reforços urgentes para manter o nível nas 38 rodadas, e o Corinthians depende perigosamente de um grupo reduzido de titulares para ser competitivo. A temporada será longa, e o custo desse desequilíbrio pode pesar mais adiante.