Reação inesperada do grupo
A eliminação precoce do Botafogo no Mundial de Clubes teve repercussão imediata e intensa nos bastidores do clube. Logo após a derrota para o Palmeiras nas oitavas de final, o proprietário John Textor optou pela demissão do técnico Renato Paiva, decisão que, segundo o ex-jogador Rafael, surpreendeu profundamente o elenco. Campeão pelo Glorioso em 2024, o ex-lateral acompanhou o torneio nos Estados Unidos como comentarista da “CazéTV” e revelou detalhes dos bastidores.

Rafael contou que a saída de Paiva não era esperada nem pelos jogadores, muito menos por pessoas próximas ao clube. “Ninguém estava esperando isso. Não houve rumores, nenhum clima de tensão antes. Foi uma decisão repentina”, destacou o ex-atleta durante transmissão ao vivo. Segundo ele, não havia sinais evidentes de crise interna, o que acentuou ainda mais o impacto da notícia entre os jogadores e comissão.
Ainda durante sua análise, Rafael sugeriu que a postura do time contra o Palmeiras foi determinante para a decisão de Textor. “O Botafogo tem elenco para ser mais agressivo, e contra o Palmeiras ficou retraído, sem atitude. Isso não combina com o que o Textor prega, ele valoriza futebol ofensivo, e com razão. Acho que isso pesou”, afirmou. Para o ex-jogador, a maneira passiva como o time se comportou nas últimas partidas — especialmente contra o PSG e o próprio Palmeiras — pode ter selado o destino de Paiva.
Direção busca novo comandante com DNA ofensivo
Nos bastidores de General Severiano, o discurso agora é claro: a diretoria busca um treinador que implemente o “Botafogo Way”, um modelo de jogo mais ousado, propositivo e compatível com o elenco disponível. A expectativa é que um novo comandante seja anunciado antes do clássico contra o Vasco, marcado para o dia 13 de julho, pela 13ª rodada do Brasileirão Betano.
Renato Paiva chegou ao clube em fevereiro, substituindo interinos após a saída de Artur Jorge. Apesar de campanhas razoáveis, como a classificação para as oitavas da Libertadores e da Copa do Brasil, acumulou tropeços marcantes: vices na Supercopa, Recopa e Carioca, além da recente eliminação mundial. Em 23 jogos, foram 12 vitórias, três empates e oito derrotas, com 29 gols marcados e 16 sofridos.
“Paiva não era a primeira escolha”, afirma Rafael
Ainda de acordo com Rafael, o nome de Paiva nunca foi unanimidade entre os dirigentes. “Todo mundo sabia que ele não era a primeira opção do Textor. Mesmo assim, ele apostou. Só que esse estilo mais conservador não agradou. Contra o PSG, até foi seguro, mas não é esse o Botafogo que o dono quer ver em campo”, comentou. O ex-jogador acredita que o mandatário já tenha um substituto engatilhado para iniciar o novo ciclo.
O clima de instabilidade dá lugar à expectativa por uma nova era no Glorioso. Resta saber quem será o escolhido para comandar o time a partir de agora, com a missão de recuperar o espírito ofensivo que John Textor tanto exige e reconquistar a confiança da torcida após mais uma frustração internacional.