Atlético-MG de saída da Libra
O Atlético Mineiro anunciou nesta terça-feira (2) sua saída da Libra e o retorno à Liga Forte União (LFU), movimento que reacende a disputa entre os dois blocos que dividem o futebol brasileiro. A decisão, comunicada oficialmente pelo clube, promete aumentar a tensão entre as ligas em meio à busca pela criação de um campeonato unificado com gestão independente da CBF.

Em nota, o Atlético afirmou que a mudança visa “promover uma liga equilibrada, sustentável e competitiva”, reforçando o desejo de liderar pelo exemplo e somar esforços em prol de um modelo mais justo de divisão de receitas. A assessoria de comunicação do Galo reforça que o clube vai cumprir o atual contrato com a Libra, que tem vigência até o fim de 2029.
CEO do Galo mandou a real
Em entrevista exclusiva à Rádio Itatiaia, o CEO do clube, Bruno Muzzi, explicou os motivos da mudança e fez críticas diretas ao Flamengo, atribuindo ao clube carioca uma postura individualista dentro da associação. “Essa é uma decisão que já vinha sendo pensada há um tempo. O Atlético não compactua com essa visão individualista que, principalmente, o Flamengo vem tendo”, afirmou o dirigente.
O Atlético foi um dos clubes prejudicados pela ação judicial movida pelo Flamengo, com o bloqueio de quase R$ 77 milhões que seriam repassados pela Globo, emissora detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, aos clubes da Libra. Com isso, o Galo deixou de receber cerca de R$ 8 milhões.
A medida movida pelo Flamengo, sob a liderança do presidente Luis Eduardo Baptista, gerou forte insatisfação entre os demais membros da Libra. Muitos consideraram o ato um abuso de poder e um exemplo claro de que a liga estaria priorizando interesses individuais em detrimento do coletivo.
Divisor de águas no futebol brasileiro
Com o retorno do Atlético Mineiro à Liga Forte União, o bloco ganha ainda mais peso político e representatividade, contando agora com clubes como Botafogo, Cruzeiro, Internacional e Corinthians. A LFU defende um modelo de divisão mais equilibrada das receitas, enquanto a Libra, que ainda conta com grandes clubes como Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Santos, insiste em um formato baseado em audiência e faturamento individual.
A saída do Galo pode ser um divisor de águas nas negociações entre as ligas. A decisão mineira pode inspirar outros clubes a repensarem seus acordos, abrindo espaço para uma nova tentativa de unificação. Enquanto isso, o futebol brasileiro segue dividido e politicamente tensionado.