Heartstopper, série em oito episódios da Netflix, chegou ao catálogo no fim de semana passado, e desde então vem colhendo elogios do público e da crítica. A trama, baseada na obra de Alice Oseman, se tornou um sucesso e se mantém no Top 10 das produções mais vistas da empresa de streaming com enorme merecimento: é boa demais.

Kit Connor e Joe Locke em cena de Heartstopper, da Netflix
© Reprodução/NetflixKit Connor e Joe Locke em cena de Heartstopper, da Netflix

A história acompanha Charlie, um adolescente introspectivo, mas bastante dedicado, que passou por maus bocados no colégio no ano anterior, quando resolveu se assumir gay e sofreu com o bullying pesado dos "colegas". Ao chegar para a nova rotina de aulas, descobre que deve se sentar ao lado de Nick, um popular jogador de rúgbi um pouco mais velho do que ele.

A vencedora do Oscar Olivia Colman está em Heartstopper - Foto: Netflix

A vencedora do Oscar Olivia Colman está em Heartstopper - Foto: Netflix

O que poderia ser um desastre acaba se tornando uma grande amizade, que com o tempo pode evoluir para um sentimento maior. Ao passo em que Charlie se vê lidando com essa situação e o medo crescente de se decepcionar, Nick se vê às voltas com as dúvidas a respeito de sua própria heterossexualidade.

 

Uma série para sorrir

Todos os elogios para Heartstopper são justificáveis: além de um roteiro sensível escrito pela própria autora da obra original, a direção de Euros Lyn (responsável também por episódios de Doctor Who) acompanha a delicadeza da história e trata de todos os temas pesados que surgem com grande naturalidade. Tecnicamente, a série da Netflix é muito bem realizada e consegue passar sua mensagem com enorme desenvoltura.

Da mesma forma, é preciso louvar o elenco: Joe Locke e Kit Connor dão um show como Charlie e Nick, dois adolescentes em mundos bem diferentes, apesar de estudarem na mesma escola, mas que descobrem afinidades que produzem o gosto por estarem juntos. Assim como os coadjuvantes Tao (William Gao), Elle (Yasmin Finney), Isaac (Tobie Donovan), Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell) também alcançam um grande trabalho com as histórias paralelas, um grande destaque está em Olivia Colman, que interpreta a mãe de Nick em participação especial, que consegue dizer muito mais com um único olhar do que com várias páginas de texto.

No fim, Heartstopper é uma história que não esconde a sociedade brutalizada e preconceituosa em que vivemos, mas mostra que é possível também encontrar leveza, humor e sentimento em uma época tão complicada da vida como a adolescência. É um ar fresco importante para manter a nossa esperança em um mundo melhor.