Em Pantanal, outro personagem que verá uma guinada em seu destino é José Lucas de Nada (Irandhir Santos). Após visitar a avó de criação, dona Jacutinga (Glaucia Rodrigues), que lhe dá um dinheiro para que ele possa seguir viagem, o caminhoneiro parece não ter rumo, mas sem saber, está indo em direção ao pai que nunca conheceu, José Leôncio (Marcos Palmeira). Em suas andanças, José Lucas pega uma carona para o Mato Grosso do Sul, onde conhece o peão chefe de comitiva Túlio (Jackson Antunes), que lhe oferece um trabalho temporário. Zé Lucas aceita e eles seguem rumo ao Pantanal. É só o início de uma longa jornada.

Jackson Antunes estará em Pantanal para uma participação especial
© Reprodução/GloboJackson Antunes estará em Pantanal para uma participação especial

Em entrevista publicada neste fim de semana, Jackson Antunes falou sobre sua participação especial na novela. "A recepção em ‘Pantanal’ não poderia ter sido melhor. Em primeiro lugar, porque lá está Marquinhos Palmeira, meu amigo de 30 anos, um irmão, que eu conheci na novela ‘Renascer’. Papinha, por quem fui dirigido em várias novelas. Também, alguns filhos da ficção, mas que são próximos de filhos da realidade, como Gabriel Sater, que fez comigo o filme “Coração de Cowboy”. Fui o pai dele. Zé Loreto fez o Aldo, de quem fui o pai em “Aldo – Mais Forte que o Mundo”. São 30 anos de casa. Reencontrei figurinistas, contra-regras. Foi uma festa tão grande, tão imensa, que mesmo se eu não fosse gravar ali já bastaria, só de encontrar a turma. Todos felizes, torcendo, aplaudindo depois da cena. Isso tudo com carinho do seu Benedito Ruy Barbosa, de Bruno Luperi, neto dele", disse o ator.

A respeito do êxito da trama na Globo, Jackson celebrou: "Não havia dúvida em meu coração de que ‘Pantanal’ seria um grande sucesso. Acho que é o momento propício. A novela oferece paisagens lindas, tem personagens riquíssimos. Lá também está meu amigo Osmar Prado, que reencontrei. Depois que contracenamos em ‘Sinhá Moça’, Osmar virou um irmão. Era como se eu estivesse em casa, em uma família imensa de pessoas amadas e queridas. Eu acho que a grande riqueza nesses 30 anos de televisão está exatamente nas relações, nos amigos que fiz. Isso é o grande legado da minha vida".

 

Elogios a Irandhir Santos

Questionado sobre Irandhir Santos, que interpreta agora José Lucas de Nada na novela, o veterano se derreteu em elogios: "Eu já conhecia Irandhir através do cinema. Recentemente, o assisti em “Redemoinho”, de José Luiz Villamarim. Sempre fui um admirador do Irandhir. É um ator intenso, que entrega, que constrói o personagem de dentro para fora. Um ator que tem um compromisso tão sério com a arte de representar. Ele tem um método pessoal de se envolver com o personagem. Possui um caderno imenso, dividido em páginas, blocos, cada um tem uma cor e, através das cores, como se fosse cromoterapia, ele busca a emoção do personagem. É impressionante como aquilo funciona. Às vezes, você vê uma palavra grifada lá e quando vai contracenar com esse grande ator sente que aquela palavra que ele grifou sai da maneira como ele quis".

"Ele é uma ator estudioso, além de ser extremamente talentoso. Outro ponto que me tornou ainda mais um admirador de Irandhir Santos é que, além desse lado prático e dessa técnica, ele tem um lado intuitivo maravilhoso. Antes da cena, a gente falava da trajetória que ele teve como motorista. Ele fez referência a todos os personagens da novela. Ele entra em uma viagem que ele mesmo cria, porque o beneficia, antes da cena, e ele fica com ela até terminar e alguns minutos depois, sem perder a noção de tudo que está acontecendo ao seu lado. É um transe permitido e ele tem o domínio total da cena e de tudo que está acontecendo. Sem falar que o Irandhir foi um encontro de almas. A sensação que nós tínhamos e temos até hoje é de que foi um irmão que estava em um tempo-espaço à espera de nos encontrarmos. Nossa relação é uma coisa linda. Sempre que nos encontramos é lindo. Nosso abraço dura 20 minutos, em silêncio. Falando por si próprio, do respeito, do carinho, da amizade", prosseguiu.

Sobre a importância de seu personagem na história -- ele é que vai levar José Lucas de Nada para o Pantanal e, consequentemente, para José Leôncio -- Jackson Antunes explicou como vê o personagem. "Túlio é chefe de uma comitiva e, de repente, chega o Zé Lucas de Nada lá. Túlio é um sujeito boa praça, é um bon vivant. Ele gosta da sua comitiva, gosta do gado, gosta dos peões, é bem humorado, e emprega o Zé Lucas de Nada, mas também não é bobo. É um caboclo que tem um tino de perceber as coisas, tem um sexto sentido. Quando ele vê aquele moço com bonezinho, brinco na orelha, acha um pouco estranho, mas respeita. O José Lucas começa a fazer algumas perguntas. Quando o Túlio está falando do Zé Leôncio, ele pergunta: “Mas que Zé Leôncio é esse?”. Acho que ele pesca um pouco, mas acho que também respeita aquilo devido ao grande carinho que sente por José Lucas de Nada. Acho que, em algum momento, Túlio se vê em Zé Lucas. É ele que leva o terceiro filho de Zé Leôncio até a fazenda e que sabe que precisa resolver uma situação mal resolvida e sabe também, no fundo, que ele tem de ficar por ali. Nossa cena de despedida é emocionante, onde o Zé Lucas sabe que seu destino está ali na fazenda, com o pai, que há muitas manobras a serem feitas ali para ele conquistar esse pai. É um personagem dúbio, misterioso, o Zé Lucas. Ninguém sabe se ele quer reaver o que é dele junto a família ou se ele quer vingança. O Túlio simplesmente cumpre a sua missão deixando o Zé Lucas ali e parte com sua comitiva em destino indefinido".