Quando “Meu Malvado Favorito” estreou, muita gente ficou encantada com a história – e com razão. O filme tinha personagens adoráveis, apesar de se venderem como malvados, além de coadjuvantes que roubavam a cena. No caso, trata-se dos minions, criaturinhas amarelas que, apesar de não falarem, eram os companheiros de cena ideias para Gru (que também contava com a ótima dublagem de Steve Carell no original e Leandro Hassum na versão brasileira). Com o sucesso, é claro que o estúdio responsável, o Illumination, transformou a história em franquia e desenvolveu mais filmes com o enredo mais ou menos parecido, o que nos legou momentos divertidos e pelo menos uma catástrofe: a música “Happy”, de Pharell Williams, feita para o segundo filme e que chegou a ser indicada ao Oscar (e até hoje não descolou de nossos ouvidos).

"Minions 2: A Origem de Gru" é superior ao filme anterior e aos últimos da franquia "Meu Malvado Favorito"
© Reprodução / Illumination Entertainment"Minions 2: A Origem de Gru" é superior ao filme anterior e aos últimos da franquia "Meu Malvado Favorito"

No entanto, a gente sabe que, quando um coadjuvante rouba a cena, os estúdios ficam com os olhos gigantes (e cheio de cifrões, já pensando na bilheteria). Com isso, os minions ganharam um longa-metragem solo em 2015, que até foi bem de arrecadação, mas não encantou os críticos e boa parte do público, que sentia falta de alguma coisa. Com a chegada de “Minions 2 - A Origem de Gru”, os responsáveis consertaram o rumo e temperaram o roteiro com piadas mais visuais, momentos impagáveis com Gru e que acaba servindo como prequel de “Meu Malvado Favorito” sem parecer forçado.

A história se passa alguns anos antes do primeiro filme do “malvado favorito”. Gru é um adolescente que está à espera de sua primeira oportunidade para mostrar serviço como grande vilão que imagina ser. A oportunidade aparece quando ele é convidado para integrar o Sexteto Sinistro, uma associação de vilões do qual ele sempre sonhou em fazer parte. Ele até tenta ir sozinho e deixar para trás seus minions, mas eles, teimosos como sempre, acabam acompanhando Gru mesmo à contragosto dele.

 

Superior ao anterior

É a partir dessa premissa que “Minions 2: A Origem de Gru” trabalha seu enredo. O filme é bem curtinho (tem 1h20 cravados), mas usa bem cada minuto ao não perder tempo nos apresentando personagens que já conhecemos. Quando o filme começa, já sabemos quem são Gru e os minions, o restante vai sendo mostrado em sequências que, apesar de rápidas, não fazem o espectador ficar perdido. Toda a história do Sexteto Sinistro e seus desdobramentos com Gru são expostas com piadas certeiras que fazem referência a vários filmes dos anos 80, que certamente serão apreciados pelos mais velhos na sala de cinema.

O trabalho vocal também é novamente inspirado, mostrando que a franquia tem acertado bastante nesse sentido. Se, no original o filme tem os talentos de Alan Arkin, Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Lucy Lawless, Danny Trejo e o próprio Steve Carell, a versão brasileira conta com o bom timing de Hassum e dubladores excepcionais como Sarito Rodrigues, Bruno Rocha, Garcia Jr., Marco Dondi, Telma da Costa e outros, que também são beneficiados pela tradução que não perdeu boa parte das piadas originais.

Com tudo isso, fica fácil perceber o motivo pelo qual “Minions 2: A Origem de Gru” é melhor que a primeira aventura solo dos bichinhos amarelos que tanto sucesso fazem com adultos e crianças: “aquela coisa” que faltava naquele caso era um enredo que os unisse a Gru, pois assim como um filme só com o “vilão” não teria tanta graça, um filme só protagonizado pelos minions não se sustenta sozinho. A integração e o choque das atitudes entre eles é que dá o tempero que tranforma essa franquia em um sucesso absoluto. Dessa vez, os produtores acertaram, e fazem aqui um spin-off que funciona de verdade.