A autora da sére “Bom Dia, Verônica”, Ilana Casoy, desmentiu os boatos de que a obra teria passado por mudanças após a divulgação do caso de estupro sofrido por Klara Castanho, uma das protagonistas da série, que se tornou um sucesso da Netflix e que foi escrita ao lado de Raphael Montes. A atriz interpreta Angela, a filha de um pastor (Reynaldo Gianecchini) envolvido em escândalos sexuais. A segunda temporada estreou recentemente e chama a atenção não apenas por abordar uma temática polêmica, de abusos, mas também por ter sido lançada pouco tempo depois da denúncia de estupro feita por Klara.
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Em entrevista a Splash, do site UOL, Casoy contou que acredita que a história de Angela também ajudou a atriz a lidar com o que ela sofreu: “Talvez, a história da Angela tenha ajudado Klara a passar pelo que ela passou. A gente não imagina, mas é a história de tantas outras mulheres. Angela deu voz para a Klara, que deu voz para a Angela”, diz a autora, completando: “Para muitas mulheres, saber a história da Klara pode ter ajudado. Apesar da sua própria dor, ela conseguiu se reestruturar e usar em benefício da sociedade. Ela denuncia tudo o que aconteceu”. afirmou.
Foto: Reprodução/Record TV
A autora ressaltou que a especulação sobre uma possível reedição dos episódios para que cenas gráficas de abuso fossem retiradas em consideração à atriz, não passou de uma “fofoca”: “Os capítulos eram assim desde o começo. É um estilo que escolhemos”, explica. “A vida das personagens dessa série já é muito pesada. São muitas mulheres que demoram para perceber o abuso. Eu também demoraria”, disse.
Na primeira temporada, a protagonista interpretada por Tainá Muller tenta ajudar Janete (Camila Morgado) a escapar de seu cruel marido Brandão (Du Moscovis). Na época, houve críticas à violência exposta. Para o segundo ano, Casoy explica que outras escolhas foram tomadas. “O público é inteligente, pode completar a cena. Eu te indico algo e você completa para mim. Não preciso mostrar uma transa para você entender que ela vai acontecer, você pode imaginar isso na sua cabeça.” Para a criminóloga, é preciso tomar cuidado ao retratar violências. “Não pode haver diversão neste assunto!, concluiu.