Um dos filmes mais esperados do ano, “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” chega aos cinemas na próxima quinta-feira (17). Como não poderia deixar de ser para um filme da Marvel, a expectativa pela estreia causou filas nas bilheterias e várias teorias a respeito do que estava por vir. O público, no entanto, não estava preparado para a viagem emocional que a história traz.
A história é conhecida: Peter Parker (Tom Holland) teve sua identidade revelada. Para tentar consertar as coisas, ele procura Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para lançar um feitiço que apagasse a informação da cabeça de todos. No entanto, algo dá errado, e ao invés disso, ele abre um portal do Multiverso, trazendo vários vilões que precisam ser mandados de volta.
“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” é, portanto, o filme mais maduro da trilogia do herói dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Se, nos longas anteriores, ele tinha uma aventura fechada em si mesma — com algum gancho para filmes posteriores –, aqui a história tem começo, meio e fim, e se torna uma espécie de encerramento de ciclo para o personagem.
Muito desse resultado foi obtido por conta de um elenco afiado: Tom Holland tem sua melhor versão do Amigo da Vizinhança, enquanto Zendaya e Jacob Batalon, que interpretam MJ e Ned, também tem seus momentos de brilho. No entanto, a carga dramática fica nas mãos de Marisa Tomei. A atriz, vencedora de um Oscar, finalmente mostra a força de sua Tia May, personagemdecisiva para o desenrolar da trama.
Na parte técnica, Jon Watts — diretor dos três filmes do Homem-Aranha na Marvel — consegue seu melhor trabalho unindo ótima técnica com o ritmo acelerado da história, mas sem perder de vista o desenvolvimento dramático de todos os personagens. Ao mesmo tempo, os efeitos sonoros e visuais são um deleite, praticamente hipnotizantes. Dos filmes do herói, este é o que mais se destaca nesse sentido (considerando todas as suas versões).
Um espetáculo completo
“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” é, portanto, uma montanha-russa de sentimentos, que termina trazendosatisfação ao espectador. O trabalho tem muito humor e ação, mas não deixa de lado o drama inerente de vários de seus personagens (e que não daremos detalhes ainda; não vamos entregar spoiler), esse é o cinema-espetáculoque o Cinema (com maiúscula) tanto precisa para se manter vivo junto ao público. Ainda mais em um ano tão sofrido como este.
Sem dúvida, “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” tem o mesmo impacto emocional que “Vingadores: Ultimato” apresentou em 2019, mas com uma diferença crucial: aqui, o coração fala mais alto, e parece estar no lugar certo.