Chegou ao catálogo da Netflix nesta quinta (4) o filme espanhol "O Páramo", dirigido por David Casademunt em sua estreia em longas-metragens. Ele, que também co-escreveu o roteiro, acerta em cheio ao mostrar menos e sugerir mais, deixando o verdadeiro horror a cargo da imaginação de quem assiste. Tipo raro na plataforma de streaming.

Inma Cuesta e Asier Flores em cena de O Páramo
© Reprodução/NetflixInma Cuesta e Asier Flores em cena de O Páramo

A história se passa no século XIX, quando mãe e filho (Inma Cuesta e Asier Flores) vivem isolados da comunidade em um pequeno sítio. A vida pacata de ambos é interrompida com a chegada de um demônio, que se alimenta do medo humano.

O terror é mais sugerido do que mostrado em O Páramo - Foto: Reprodução/Netflix

O terror é mais sugerido do que mostrado em O Páramo - Foto: Reprodução/Netflix

A vida dos dois corre perigo, e apenas o garoto pode achar um meio de impedir que o demônio acabe com a vida de sua mãe -- e consequentemente, com a sua. O mistério do filme é: será que ele vai mesmo conseguir se livrar dessa ameaça?

Luz e sombra

Casademunt, que antes trabalhava como montador de filmes e se aventurou algumas vezes em curtas-metragens antes de assumir esse projeto, teve uma grande sacada ao deixar boa parte do terror para o espectador, evitando mostrar imagens do demônio até onde foi possível. A ameaça sugerida é sempre mais intensa do que aquela que é mostrada.

Além disso, ele faz um uso extraordinário da fotografia, que aposta no jogo de luz e sombra (chiaroescuro) para ressaltar a atmosfera opressiva do lugar onde mãe e filho moram, e sob o qual paira a entidade sobrenatural. Além disso, "O Páramo" se beneficia de atuações exemplares de Inma Cuesta e Asier Flores, que vivem mãe e filho. Veja a crítica completa no vídeo acima.