A série The Last of Us, produzida pela HBO, virou um dos assuntos mais comentados em todo o mundo. A obra foi baseada nos jogos de mesmo título da Naughty Dog e pela Sony Interactive Entertainment, e retrata uma pandemia mortal, que deixa o mundo basicamente destruído, causada pelo fungo Cordyceps, que existe na vida real, que transforma os infectados em mortos-vivos.

Imagens: Reprodução/HBO.
Imagens: Reprodução/HBO.

Muitas pessoas se preocuparam e se perguntaram sobre a possibilidade do cenário retratado no jogo acontecer na realidade, já que o fungo atinge as formigas, transformando-as em "zumbis". Pensando em responder essas perguntas, o cientista de dados e epidemiologista Mauro Cardoso, da healthtech 3778, decidiu se pronunciar.

Reprodução/HBO.

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De acordo com o especialista, as mudanças climáticas e os desmatamentos podem facilitar o aparecimento de novas doenças, além de que, para ele, o aquecimento global pode influenciar no cenário: "O aquecimento global pode tanto desfavorecer uma espécie, criando dificuldades para sua sobrevivência, quanto favorecê-la. Em geral, se uma espécie se encontra em um cenário favorável de multiplicação, as mutações são mais comuns e o risco de variantes mais virulentas (capazes de provocar doenças e mortes) aumenta".

Mauro ainda explicou que, geralmente, as novas doenças são "adaptações para humanos" de enfermidades que já existem em animais, como, por exemplo, Ebola e a Varíola dos Macacos. “Saúde e doença não são processos exclusivamente individuais. A humanidade é parte de uma rede ecológica e os desequilíbrios ambientais afetam a transmissão de doenças, principalmente as infecciosas, criando padrões de ondas chamadas epidêmicas. Do mesmo jeito que uma enfermidade é uma moléstia individual, uma epidemia é um mal coletivo”, finalizou ele.