Aatriz Sacheen Littlefeather, vaiada no palco da premiação ao recusar o prêmio de Melhor Ator em nome de Marlon Brandoem 1973, recebeu um pedido de desculpas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pela entrega anual do prêmio. A cena foi uma das mais emblemáticas da história da premiação.
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Na ocasião, ela subiu ao palco no lugar do celebrado ator, que havia sido premiado por seu papel como Vito Corleone em “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola. Ele enviou Littlefeather como um protesto pela forma como a indústria cinematográfica norte-americana retratava os índios em seus filmes, e pediu para que ela recusasse o prêmio.
Enquanto lia o discurso escrito por Brando, a atriz foi vaiada e teve sua integridade física ameaçada — ela precisou sair do palco escoltada por dois seguranças, já que o astro John Wayne, notório conservador e anti-indígena, queria tirá-la à força do local. Na época, a declaração de Littlefeather foi considerada a primeira manifestação política feita na cerimônia.
Academia reconhece injustiça
Segundo reportagem da “BBC”, a Academia reconheceu que Littlefeather sofreu abusos “injustificados” após realizar seu discurso no palco da premiação. David Rubin, ex-presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, enviou uma carta a Littlefeather divulgada na segunda-feira (15/8) onde afirmou que o discurso feito em 1973 “continua a nos lembrar da necessidade do respeito e da importância da dignidade humana”.
Em declaração para o site norte-americano “The Hollywood Reporter”, Littlefeather reconheceu que ficou surpresa com a atitude da Academia, já que não esperava por um pedido de desculpas. Ela ainda declarou, com bom humor: “Nós, indígenas, somos pessoas muito pacientes — foram apenas 50 anos [de espera]!”