Em Pantanal, um dos maiores sucessos da Rede Globo nos últimos tempos, o ator Guito deu vida ao peão Tibério, um dos braços direitos de José Leôncio (Marcos Palmeira). Além de muito íntegro e um dos melhores violeiros da fazenda, ele viveu um romance empolgante com Muda, vivida por Bella Campos.

Fotos: Reprodução/Rede Globo
Fotos: Reprodução/Rede Globo

Estreante na teledramaturgia, Guito contou que nem imaginava que iria participar do elenco de Pantanal. "O Tibério foi um presente. Não esperava de forma alguma que fosse isso, nem contava que ia ter um remake de Pantanal, mas quando veio, eu sabia que eu tinha um bom produto em mãos, o que seria muito difícil alguém ter um produto melhor", contou o ator, em entrevista exclusiva ao Bolavip Brasil

Vários testes...

Até chegar em Pantanal, o ator teve que passar por inúmeros testes, que nem sempre tiveram o resultado positivo. Porém, Guito garante que a confiança foi a sua principal aliada. "Eu me sentia muito confiante. Eu me sentia confiante de que eu tinha um bom produto. Agora eu entendo que ter o produto não é o suficiente para você entrar em uma novela. São vários fatores. Existe toda uma cúpula ali de seleção e não depende de uma, duas ou três pessoas. Eu acredito que o Bruno, o autor... Aquele direct, por mais que ele não tenha respondido, teve um fator chave na insistência dele em me manter no papel, porque eu não era uma pessoa do meio, não era uma pessoa de dentro da Globo. Então, era muito difícil entrar ali se não fosse a insistência dele. Eu acredito muito nisso. Com certeza seria muito difícil, mas, graças a Deus, tudo conspirou, e a equipe teve essa coragem de confiar em mim, porque sendo um ator novo, sendo um primeiro papel e um papel tão importante, né? Eu agradeço muito a confiança de todos ali", contou ele.

Cena favorita

Guito, inclusive, contou qual a sua cena favorita em todo Pantanal. "A minha cena favorita é a minha conversa com o padre. Foi um diálogo só de nós dois. Foi um texto grande, um texto muito profundo. É uma reflexão profunda que o Cacá brilhantemente colocou. Houve algumas alterações, alguns cortes do texto que tornou tudo mais difícil, mas a gente conseguiu fazer de uma forma bacana e consegui expressar ali o sentimento de muitos brasileiros", revelou o ator.

Raízes caipiras

O ator sempre teve envolvimento ocm as raízes caipiras. "Meu envolvimento com a música caipira é desde da minha infância mesmo. Eu aprendi cantar quando eu acordava cedo para tirar o leite junto com o meu irmão. Eu pedia para o meu avô acordar a gente cedo, e a gente ia para o retiro", contou Guito

A proximidade com a música caipira, inclusive, partiu de um colega de Pantanal: Almir Sater. "Então, era as musiquinha que estava na rádio. Leandro e Leonardo, Almir Sater, Sergio Reis... E aí a gente aprendeu. E é aquela nostalgia sempre quando toca. A gente cresceu ouvindo isso com o nosso avô", disse.

Entrevista completa com Guito

Bolavip Brasil: Antes de Pantanal, você já tinha pensado em ser ator ou você se interessou pelo papel porque sabia que a parte musical era muito presente no Tibério? 

Guito: Olha, eu tinha pensado sim. Não imaginava a novela Pantanal... Eu sempre pensei em fazer um filme, contar uma história de alguma forma, né? Não vou dizer que não, porque eu tenho isso até escrito. O meu propósito mesmo sempre foi viver do meu próprio produto, viver das minhas músicas, dos meus shows, mas eu sempre pensei sim em usar a teledramaturgia, o audiovisual para contribuir para isso. O Tibério foi um presente. Não esperava de forma alguma que fosse isso, nem contava que ia ter um remake de Pantanal, mas quando veio, eu sabia que eu tinha um bom produto em mãos, o que seria muito difícil alguém ter um produto melhor.

BV Brasil: Em uma entrevista, você chegou a afirmar que até poderia fazer outros papéis na TV, mas sempre no contexto rural. Você não aceitaria um papel para um galã urbano, por exemplo? (risos)

Guito: Ah, eu não lembro de ter dito isso de que não faria. É tanta coisa que sai entrevista aí, que vai tomando outras proporções. Na verdade, é só uma tendência mesmo de fazer papéis que remetam a minha música, né... Remetam ao estilo de vida simples, à vida rural, mas não tenho nada contra fazer galã urbano não. Tudo vai muito mais da história ser contada em si. Não tenho problema nenhum com isso. Faria sem problemas.

BV Brasil: Você criou uma conexão forte com algum ator ou atriz de Pantanal, alguém que você queira manter o contato para o resto da vida?

Guito: Com certeza. Não só com um, mas com praticamente todo o elenco. É claro que uns e outros eu vou estar mais próximo por ter um estilo de vida que acaba reencontrando, por conta de uma idade mais próxima. Mas com certeza tem pessoas ali que vou levar para o resto da vida. É um contato mais próximo, não só de ator e atriz, mas também de equipe, de direção, da equipe de preparação. O autor também, o Bruno [Luperi], que acredito que ele é o grande responsável por eu estar ali. Então, com certeza... Os músicos também... Muita gente ali! É claro que a vida da gente fica mais corrida agora, né, mas são amigos, são pessoas que eu vou carregar pra resto da vida sim. 

BV Brasil: Até conseguir o papel de Tibério, você passou por inúmeros testes. Você se sentia confiante sobre passar nos testes? 

Guito: Sim, eu me sentia muito confiante. Eu me sentia confiante de que eu tinha um bom produto. Agora eu entendo que ter o produto não é o suficiente para você entrar em uma novela. São vários fatores. Existe toda uma cúpula ali de seleção e não depende de uma, duas ou três pessoas. Eu acredito que o Bruno, o autor... Aquele direct, por mais que ele não tenha respondido, teve um fator chave na insistência dele em me manter no papel, porque eu não era uma pessoa do meio, não era uma pessoa de dentro da Globo. Então, era muito difícil entrar ali se não fosse a insistência dele. Eu acredito muito nisso. Com certeza seria muito difícil, mas, graças a Deus, tudo conspirou, e a equipe teve essa coragem de confiar em mim, porque sendo um ator novo, sendo um primeiro papel e um papel tão importante, né? Eu agradeço muito a confiança de todos ali.

BV Brasil: Qual é sua cena favorita do Tibério em Pantanal? 

Guito: A minha cena favorita é a minha conversa com o padre. Foi um diálogo só de nós dois. Foi um texto grande, um texto muito profundo. É uma reflexão profunda que o Cacá brilhantemente colocou. Houve algumas alterações, alguns cortes do texto que tornou tudo mais difícil, mas a gente conseguiu fazer de uma forma bacana e consegui expressar ali o sentimento de muitos brasileiros.

BV Brasil: Qual é seu envolvimento com a música caipira raiz? Como tudo começou? Você sempre quis ser músico? 

Guito: Meu envolvimento com a música caipira é desde da minha infância mesmo. Eu aprendi cantar quando eu acordava cedo para tirar o leite junto com o meu irmão. Eu pedia para o meu avô acordar a gente cedo, e a gente ia para o retiro. E o retiro dele, que até hoje é grande amigo nosso, trabalha aqui com a família até hoje... Ele que ensinava a gente cantar. Então, era as musiquinha que estava na rádio. Leandro e Leonardo, Almir Sater, Sergio Reis... E aí a gente aprendeu. E é aquela nostalgia sempre quando toca. A gente cresceu ouvindo isso com o nosso avô.

BV Brasil: Agora você pretende focar exclusivamente na música e em fazer shows? Vai deixar a atuação de lado? 

Guito: Não, não pretendo focar exclusivamente nem em uma coisa, nem na outra. Eu vou dar um foco na música agora. Mostrar as minhas músicas, na verdade... Vou terminar de lançá-las, tentar gravar alguns clipes. Mas está em aberto os convites que surgirem, os projetos que surgirem. A gente vai analisar cada caso, mas gostei. Foi uma forma de contar uma história.

BV Brasil: Você tem alguma história inusitada dos bastidores de Pantanal?  

Guito: O Pantanal tem muita coisa curiosa. Eu acho que a principal é o fato de eu ter ido de carro, em uma Rural 970 e acabou que ela compôs o palco ali do PantaLoud. Eu tinha o som, então eu consegui fazer os shows de toda a equipe. Foi uma grande mudança quando eu cheguei lá com a Rural e com o som, porque quando, finalmente, chegava o sábado e domingo, a gente conseguia fazer alguma festa ali com o pessoal.

BV Brasil: Aceitaria participar de algum reality show como BBB? 

Guito: Eu sou aberto a qualquer experiência nova. Não tenho problema nenhum com isso. Só  devido ao momento, eu acho que não consigo devido a agenda e tudo mais. Eu tenho uma agenda de show para aproveitar, mas está tudo em aberto. 

BV Brasil: Sua vida mudou repentinamente após Pantanal. Como você lidou com essa mudança e com o assédio das pessoas? Foi difícil para você ou conseguiu se adaptar bem com a fama? 

Guito: Minha vida mudou muito. Estou lidando com essas mudanças normalmente. Acho que eu já estou em uma idade também que eu não vislumbro mais tanto quanto poderia vislumbrar se eu fosse mais jovem. Então, como eu já tenho uma família, já tenho dois filhos, meu foco é simplesmente em melhorar o meu produto, melhorar a minha música, escrever novas canções e fazer um melhor show. Além disso, quero continuar na estrada, continuar viajando. Então, levo naturalmente. Está sendo muito gostoso, está sendo muito bom.

BV Brasil: Você tem bagagem: já morou na Dinamarca, estudou ciências sociais e agronomia, já foi executivo, epidemiologista de plantas e vendedor de queijos… Em algum momento você deixou a música de lado?

Guito: Realmente, morei em muitos locais já e eu abandonei a música por dez anos, quando eu fui trabalhar. Logo que eu me formei em agronomia em 2009, eu fiquei dez anos, talvez um pouco menos, como executivo. Então, de 2009 até 2015/2016 eu praticamente só trabalhei, não conseguia tocar, nem levava os meus instrumentos comigo. E como já dizia Almir Sater, quando a gente abandona a música, a música abandona a gente. Então, foi um período que eu fiquei realmente focado em trabalhar. Mas foi aí então que eu larguei tudo e voltei para o interior e me propus a viver do meu sonho, que era viver do meu próprio produto, das minhas próprias músicas e do meu próprio show.