Ao vencer o Ceará no último final de semana, o Palmeiras atingiu um ponto de equilíbrio entre vitórias e empates desde que retomou as atividades no período pós-quarentena. Tal equilíbrio citado aqui reflete a característica de um time que não perde, mas encontra certas dificuldades em consolidar triunfos. No âmbito geral, considerando a jornada do Palmeiras no período de retomada após um meteoro chamado Covid-19, o time realizou 21 jogos, com apenas uma derrota (primeiro jogo da retomada, contra o maior rival), 10 empates e 10 vitórias.

Palmeiras vivencia ponto de virada em busca de sequência de vitórias
Palmeiras vivencia ponto de virada em busca de sequência de vitórias

A vitória sobre o “Vovô” de Fortaleza quebrou uma série de três empates indigestos no Campeonato Brasileiro e alçou o Palestra para a 3ª colocação da tabela. No jogo, foi possível ver a confirmação de Raphael Veiga e Wesley como agentes ofensivos. O meia apresentou ativa participação na criação de jogadas, inclusive com grande presença na área. Já Wesley, nos últimos jogos, demonstra ser a melhor opção ao ataque, pois leva efetivo perigo aos adversários.

 

No momento em que começa a pegar corpo e definições, o Brasileirão já desenvolve seus rankings. Claro que números não fazem do futebol uma ciência exata. O charme do esporte reside justamente no imponderável, mas os números balizam tendências e são capazes de apresentar diagnósticos e sugestões de caminhos a seguir.

O Palmeiras, que parece ter empates como sina, na verdade, segue o roteiro de um campeonato que tem 34% de empates em suas partidas jogadas, 42% de vitórias de mandantes e 24% de jogos que tiveram como vencedor o time visitante. Percebe-se que empatar é o perfil de grande parte dos times do Brasileirão 2020.

Nas 13 rodadas até aqui, o Verdão se destacou como o segundo time com média de 17 desarmes por jogo, é o terceiro em média de finalizações, com 11 por jogo, atrás do São Paulo com 11,5 e do Atlético-MG, que apresenta média de 13. Surpreende o Palmeiras como 3º finalizador da competição, pois contraria as fortes críticas que cornetaram a incapacidade do time em chegar ao gol adversário. Agora, nas últimas duas partidas, a intensidade pedida por Luxemburgo aconteceu. Do segundo tempo contra o Bolívar pela Libertadores à partida contra o Ceará, é possível afirmar que o time conseguiu exercer pressão. 

O toque de bola improdutivo deu lugar a outras preocupações. A meta agora é aperfeiçoar a finalização. Com Raphael Veiga e Wesley, o time tem pisado na área adversária para finalizações com mais frequência, a partir daí, faz mais sentido a função de Willian, pois se trata de um jogador que de maneira versátil complementa o poder de fogo do Verdão.

 

Esse ponto de virada em que o Palmeiras passa de inofensivo para um time com mais objetividade, provoca ansiedade para uma volta rápida de Luiz Adriano ao ataque. Antes isolado e à míngua na área à espera de conexão, o camisa 10 poderá contar com um poder ofensivo de formato mais efetivo. Impressões e análises, que primam pela razoabilidade, indicam que a linha atacante de raça deve contar com Wesley, Luiz Adriano e Willian. 

Embora seja notável a evolução de Rony, o camisa 11 ainda está abaixo dos três citados. Gabriel Veron ainda urge de uma lapidação mais apurada, pois, mesmo com potencial promissor, oscila. Todo cuidado é pouco para a fixação de Veron na equipe, tanto pela série de lesões que sofre, quanto pela exposição aos palmeirenses insensatos que proferem críticas exageradas e ataques nas redes sociais a um jogador que já realizou boas partidas. É a nocividade dos tempos, em que alguém é capaz de abalar profissionais através do insulto, afinal, convenhamos, não é razoável perseguição a Veron.

Após várias partidas onde era impossível identificar um DNA, com dificuldades de conferir personalidade ao time, bem como eleger o homem de criação, Vanderlei Luxemburgo agora tem duas possibilidades distintas para escalar o meia de ligação alviverde. 

O profexô pode escolher pelo jogo de Lucas Lima, mais construtivo no meio e de guarida para o setor defensivo, partindo da ponta como elemento a provocar jogadas, como também optar por Veiga, homem com participação mais letal dentro da área ou nos perigosos chutes de longa distância. O dilema de Luxa começa nesta quarta-feira (07) ao enfrentar o Botafogo pela 14ª rodada do Brasileirão, quando Lucas Lima volta a ficar à disposição.

O Palmeiras vai para o jogo desfigurado de sua formação habitual, pois não contará com quatro jogadores que se apresentaram às seleções sul-americanas para a disputa das Eliminatórias da Copa. Weverton e Gabriel Menino (Brasil), Matinas Viña (Uruguai) e Gustavo Gómez (Paraguai). Jaílson e Bruno Henrique são substituições automáticas, de praxe, Gómez também deve ser substituído sem sustos por Luan. Já na lateral esquerda, o “B.O” preocupa.

Lucas Esteves, outra promissora revelação da Academia, deveria entrar no lugar de Viña. Com a saída de Diogo Barbosa, virou o substituto imediato, porém ainda se recupera de lesão. A solução provável será chamada da base, Renan, zagueiro do Sub-20, deve cobrir o setor. 

Mas como a vida surpreende, existe a possibilidade de Gustavo Scarpa jogar na lateral esquerda, como publicado por Rafael Belmont aqui no Bola Vip Brasil. Neste caso, se prosperar o inusitado, a solução encontrada resolverá o problema da vacância de Viña e a insatisfação de muitos em ver um jogador sempre valorizado sem utilização. Scarpa na lateral esquerda não é algo sobrenatural, o jogador atuou por diversas vezes na posição quando estava no Fluminense e no Red Bull Brasil. Luxa também realizou trabalhos técnicos com o camisa 14 prevendo a necessidade da improvisação.

Na busca da afirmação do ponto de virada que objetiva uma sequência de vitórias no Brasileirão, aqui vai o pitaco da escalação desta quarta-feira (06) contra o Botafogo: Jaílson; Marcos Rocha, Felipe Melo, Luan e Renan (Gustavo Scarpa); Patrick de Paula, Bruno Henrique e Raphael Veiga; Wesley, Rony e Willian.