Segue invicto no Brasileirão o Alviverde de Parque Antártica, ao bater o  maior rival na Arena Neo Química, o Palmeiras conquistou uma vitória substanciosa, repleta de elementos que podem garantir ao time certa segurança e o clareamento da tão buscada ideia de jogo. O Palestra enfim conseguiu dar sequência na construção de um padrão.

Palmeiras vence Derby e integra G4
Palmeiras vence Derby e integra G4

Da vitória substancial por 2X0 é possível tirar confiança para prosseguir, depois de uma série de partidas em que o que se viu foi o caos, energiza quando a vitória convence, ainda mais quando as atuações individuais são vistosas. Para efeitos de resultados positivos, a individualidade não supera o coletivo, mas com um time em sintonia, o coletivo eleva o individual. Desta forma, o Derby contou com um Verdão mais sintonizado.

Após breve sufoco no começo do primeiro tempo, o Palmeiras começou a reagir em velocidade, a inoperância do rival e o posicionamento bem definido do Alviverde possibilitou criações de jogadas. Interessante ver Zé Rafael com qualidade na ligação entre meio e ataque, o Alviverde demorou em encontrar uma fórmula que concedesse eficiência a Zé Rafael e Lucas Lima. A partida do camisa 20 provou que é o cara da armação, assim como o camisa 8 é o cara dos desarmes, ganhou 9, dos 12 duelos pela bola em que participou.

Com Patrick de Paula, senhor absoluto do “quinhão de terra” que lhe é de responsabilidade, Gabriel Menino passa a ser o talento versátil capaz de formar uma forte meia cancha ao qual sua habilidade e velocidade se junta com a força e personalidade de veterano de Patrick. É curioso ver que Luxa aproveita a qualidade de meias da base campeã como promissores volantes.

Os dois gols palestrinos foram frutos de construção coletiva. No primeiro, a inteligência de Luiz Adriano ao sair da área e possibilitar a armação do lance que originou o pênalti. Há tempos, o camisa 10 andava isolado ou não compreendido quando buscava jogo fora da área, no entanto, no Derby, ambas ações mostraram que a tendência é que os solitários dias de Luiz Adriano têm potencial para chegar ao fim. Tanto as bolas chegaram ao atacante com mais qualidade, quanto deu certo seu apoio ao setor de criação.

Lucas Lima pode ser considerado o exemplo de ponto de virada do time, muito criticado em partidas anteriores, parece ter se encontrado. Bem contra o Santos, discreto mas sem comprometer contra o Red Bull, contra o Alvinegro ele participou dos dois gols: presente na “Blitzkrieg” (ataque relâmpago) do primeiro gol e ao roubar a bola e fazer um  passe magistral para Willian encontrar Veron livre para o segundo. Méritos também para Vanderlei Luxemburgo, que nos últimos jogos o tem colocado partindo pela direita rumo à armação de jogadas.

Além da vitória sempre fundamental contra o maior dos rivais, vencer ontem em Itaquera também conferiu a torcida o prazer de ver o setor ofensivo como destaque do Palmeiras, nos últimos jogos a massa verde reconhecia a defesa que ninguém passa, mas a linha atacante de raça deixava a desejar.

Tinha-se uma sólida zaga, mas um inexpressivo ataque, entretanto, o clássico deu ao torcedor a esperança de que agora se levará perigo às traves inimigas. Wesley e Gabriel Veron deram ímpeto ao setor, cada qual com sua característica, mas ambos com capacidade de prover poder de fogo.

Para a maratona de jogos que se anuncia, com Libertadores e Brasileirão bombando na agenda, é bom sinal que o Palmeiras comece a encontrar uma identidade definida quanto a sua forma de atuação. Tal identidade se caracteriza quando as peças do elenco são utilizadas com os devidos conhecimentos de suas funções.