A manhã de domingo (06) trouxe boas novas ao Palmeiras em Bragança Paulista. Aguardado desde a retomada das atividades do futebol no pós-quarentena, Gabriel Veron fez a diferença ao entrar no jogo contra o Red Bull Bragantino pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. Embora ainda tenha apresentado as dificuldades habituais de finalização no primeiro tempo, o Palmeiras se mostrou um time mais coordenado.

Habemus Gabriel Veron
Habemus Gabriel Veron

Sol intenso e um Bragantino mais ofensivo foram as dificuldades do Verdão na primeira etapa. Mas a zaga se mostrou firme. O Palestra de Vanderlei Luxemburgo parece não ter grandes problemas no setor. Sai Felipe Melo, entra Luan, sai Luan, entra Vitor Hugo, enfim, a defesa que ninguém passa, como diz o hino, segue segura. Um momento de pane e infelicidade de Gustavo Gómez resultou no gol do time da casa, mas as peças costumam funcionar no sistema defensivo alviverde.

Mesmo atrás no placar, o Palmeiras buscou o jogo, porém correndo atrás de Artur, pois o atacante, que começou na base palmeirense, deu bastante trabalho. A "lei do ex" que tanto ajudou o Palestra nas últimas partidas parecia que pendia para o RBB. No entanto, outro nome da base do Palmeiras, porém vestindo a esmeraldina, entrou para brilhar: Gabriel Veron.

Após bela assistência de Gabriel Menino em cruzamento pela direita, Veron subiu para cabecear e empatar. Curiosa a partida de Menino, pois no rescaldo das partidas anteriores Luxa foi bastante criticado por tê-lo deslocado mais para a ponta do ataque. De fato, nos jogos que atuou por esta faixa do campo, ele ficou ofuscado, tanto que iniciou o jogo mais centralizado ao lado de Patrick de Paula. Sua atuação melhorou e ajudou muito a equipe, todavia, quando foi novamente deslocado para a ala direita.

Os dois meses de espera para ver a joia da base no time principal foram compensados na belíssima assistência feita por Veron para que Willian Bigode se reencontrasse com o gol. Palestra 2 x 1, virada que começou a ser construída após um brilhante lançamento de Raphael Veiga. O camisa 23 entrou bem no lugar de Lucas Lima, que, embora discreto, não comprometeu. Luxa parece ter encontrado dois nomes que podem progredir na tarefa de alimentar o ataque verde.

O profexô foi bem, suas alterações impactaram o time, já que trouxeram a vitória no jogo que o técnico completava 400 partidas no comando alviverde. Alívio para prosseguir, para preparar o time durante a semana, pois tem Dérbi na quinta-feira (10). É fundamental chegar para um jogo desse porte com certo estofo.

No final da partida, em entrevista coletiva, Vanderlei desabafou ao dizer que as críticas ao trabalho estão exageradas e que ninguém enxerga os atributos de uma equipe que sagrou-se campeã paulista, que só perdeu duas vezes na temporada. Faz sentido, afinal mesmo com algumas teimosias que enervam o torcedor palestrino, Luxa tem méritos de valorizar a base e semear incentivo e ânimo em jogadores como Lucas Lima e Raphael Veiga, por exemplo.

Da mesma forma, aos poucos, a base palestrina vai ocupando os espaços que vão sendo confiados a quem acabou de subir para o profissional. Ao tirar Patrick de Paula que teve atuação apagada, Luxa lançou Danilo, meia de formação que, de maneira versátil, atua como volante. Entrou bem, com firmeza no apoio defensivo e qualidade no passe. Assim como De Paula, tem postura de veterano pela segurança madura que apresenta no gramado.

E assim o Palestra segue invicto, de olho na base que prospera e em busca de correções que possam fazer o time mais competitivo. Domingo que presenteou o palmeirense com a sensação de que há um caminho possível para seguir no primeiro escalão do campeonato. Há uma construção, o desafio é sustentá-la.