Marcelinho Carioca se envolveu em uma grande polêmica na manhã desta quarta-feira (29). O ex-jogador corintiano se econtrou com Jair Bolsonaro e deu ao presidente uma camisa do Corinthians. Logo em seguida, o “Pé de Anjo” postou um vídeo com o mandatário já com o manto do Timão e afirmou que o objetivo da reunião entre as partes era mostrar que Bolsonaro é a favor da MP 984/2020 e da democracia. A publicação do ídolo da Fiel revoltou boa parte da torcida e membros da diretoria do Alvinegro. 

Casagrande rouba a cena e reprova Marcelinho por encontro com Bolsonaro
Casagrande rouba a cena e reprova Marcelinho por encontro com Bolsonaro

 

Logo após o ocorrido, o clube não perdeu tempo e emitiu uma nota através de suas redes sociais negando ter qualquer participação no ato organizado por Marcelinho. A instituição também salientou que a decisão de entregar a camisa do maior campeão do Campeonato Paulista para o presidente da República foi única e exclusiva do atleta. Em seu Twitter, o mandatário do Coringão, Andrés Sanchez, também reafirmou que o Corinthians não estava envolvido na história e tratou de encerrar o assunto afirmando que Marcelinho "apoia quem ele bem entender".  


 

Segue abaixo a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Timão:

“O Sport Club Corinthians Paulista torna público que não teve qualquer participação na iniciativa do ex-jogador Marcelinho Carioca, em Brasília. A entrega da camiseta nesta quarta, na Presidência da República, foi uma ação única e exclusiva do ex-atleta. Cabe ressaltar que a nova camisa do clube, com o logotipo do patrocinador BMG em preto e branco, já havia sido amplamente divulgada em evento na Arena Corinthians em 11/7. Por fim, o Corinthians se mantém fiel às suas tradições, respeitando todas as correntes políticas e coerente com suas origens de clube de todos os brasileiros”.

 

Também por nota oficial, o Banco BMG, patrocinador do clube, afirmou que não tem qualquer ligação com esse encontro.

"O Banco BMG esclarece que o encontro particular entre o ex-atleta Marcelinho Carioca e o presidente Jair Bolsonaro não tem qualquer relação com a instituição. A camisa oferecida pelo ex-jogador ao presidente não foi cedida pelo Banco, que também não possui ligação com qualquer tema abordado durante a reunião. Marcelinho Carioca tem vínculo profissional com o Banco BMG e tem participado de ações de marketing para dar visibilidade à parceria. Porém, a instituição negou que o encontro desta quarta-feira (29) faça parte do "pacote". O vínculo com o ex-jogador foi formalizado tão somente para a participação dele em campanhas pontuais realizadas pelo Banco. Cabe ressaltar que a campanha #BMGEmPretoEBranco continua e a camisa apresentada no vídeo também não possui nenhum vínculo com a ação".

 
 

 

No final da tarde desta quarta, Casagrande também repudiou a atitude de Marcelinho Carioca. Um dos  protagonistas da democracia corintiana, movimento que marcou época nos anos 80 durante a ditadura militar, afirmou que nenhum jogador tem o direito de representar o clube politicamente. 

“Eu cheguei em 1975, neste clube, no Corinthians. Começei minha vida lá de garoto, cheguei para jogar no dente de leite e nas categorias de base do Corinthians. Em 1979 a torcida do Corinthians abriu uma faixa dizendo anistia, para os presos e políticos e exilados políticos. Em 82,83 e 85, essa camisa era da Democracia Corinthiana. Essa camisa representa a liberdade e democracia. Nenhum ex-jogador tem o direito de representar o clube politicamente, eu também não tenho. Isso aqui sempre foi democracia”, afirmou o comentarista.