O pastor José Olimpio, que no ano passado afirmou estar orando pela morte do ator Paulo Gustavo durante a internação do artista por complicações da covid-19, foi condenado nesta semana pelo crime de homofobia pelo TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas).

Paulo Gustavo morreu em maio de 2021
© Reprodução/InstagramPaulo Gustavo morreu em maio de 2021

As informações são do portal "UOL". Segundo a reportagem, a 14ª vara criminal de Alagoas condenou o religioso a dois anos e nove meses de reclusão, mas a pena foi revertida por duas penas de direito. "O pastor José Olímpio prestará serviço à comunidade pelo tempo da pena, durante seis horas semanais e pagará 30 salários-mínimos, que serão revertidos para grupo ou organização não governamental de Alagoas com atuação em favor da comunidade LBGTQIA+", disse o comunicado publicado pelo TJ-AL sobre o caso.

Com isso, José Olimpio teve pena de multa aplicada em 96 dias, com cada um deles valendo 1/10 do salário-mínimo da época dos fatos. A decisão foi assinada pelo juiz Ygor Figueiredo. Paulo Gustavo não resistiu às complicações da covid-19 e morreu no dia 4 de maio de 2021.

 

Declaração chocou comunidade

Poucos dias após a declaração do pastor, entidades de defesa da comunidade LGBTQIA+ divulgaram notas em repúdio às falas do religioso, e pensavam em uma forma de processá-lo para que ele respondesse pelo crime de homofobia.

O texto do tribunal alagoano informou: "O religioso fez uma postagem discriminatória, com evidente aversão odiosa à orientação sexual do ator, pouco antes de Paulo Gustavo falecer, vítima da Covid-19. Pronunciamentos de índole religiosa que extrapolem os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas ou em estímulo à intolerância e ao ódio público contra os integrantes da comunidade LGBT, não merecem proteção constitucional e não podem ser considerados liberdade de expressão, configurando crime".