Marcius Melhem foi apotando por ter supostamente cometido assédio sexual pela primeira vez em 2020, pela também humorista Dani Calabresa. O ocorrido tinha como um de seus principais episódios uma comemoração dos 100 episódios do “Zorra”, programa do núcleo de humor que Marcius Melhem dirigia. Naquela festa que ocorreu em 2017, Melhem  supostamente teria tentado agarrar e beijar Dani Calabresa à força e, em um momento em que a imobilizava, teria colocado o pênis para fora. O humorista Melhem nega tudo. Na Justiça e em entrevistas, ele trouxe a público uma amiga de Dani, a psicóloga Maíra Perazzo, que também estava na festa e em sua visão, seria sua testemunha de defesa. 

Reprodução/Instagram Dani Calabresa
Reprodução/Instagram Dani Calabresa


A psicóloga e o ator se beijaram na ocasião. Porém, Maíra relata a história de uma maneira diferente. A psicológa diz que não viu Dani sendo assedida por Marcius, mas que realmente acabou sendo empurrada para o humorista, pois acreditava que o comediante havia falado à colega de trabalho que ele estava interessado nela. "Eu não entendi nada, eu achei que ele tinha pedido para ela me puxar para ficar comigo, alguma coisa assim. Eu tinha bebido na festa e não estava entendendo muito bem o que tinha acontecido. A gente se beijou durante uns 10 minutos naquela área reservada. Quando eu voltei para a pista, não tinha muita gente lá. Estava o Luís Miranda, a Dani e talvez o Paulo Mathias Jr. Logo em seguida, fomos embora eu, Dani e Luís. Talvez a gente tenha parado para comer no McDonald's, eu não lembro direito. Faz seis anos", disse ela ao repórter Guilherme Amado, do portal Metrópoles.

Um dia após o episódio, Maíra relembra que Dani não chegou a contar sobre as investidas que Melhem, pois ainda não tinha entendido que foi assédio. Essa conversa ocorreu meses depois e na época, Maíra e o comediante já tinham ficado mais um vez após a psicológa ter viajado para o Rio de Janeiro novamente. "Eu não tenho nenhuma relevância para esse processo. Eu só fiquei com ele. Se for assim, a gente teria que chamar todas as mulheres que ficaram com ele no Brasil. Eu também não queria ser exposta, né? A minha amiga me protegeu. Logo que saiu a Piauí eu disse: 'Putz, eu não quero ser exposta em nada disso'. Eu trabalho em um lugar em que eu preciso ser superdiscreta, eu não sou do meio artístico. A gente não tinha falado com nenhum veículo de imprensa. Eu pedi: 'Dani, pelo amor de Deus não fala de mim. Eu não quero ser exposta em lugar nenhum'", contou Maíra Perazzo.

Maíra disse que decidiu vir a público após as falas do comediante. Depois de ter sido citada pela defesa de Melhem, ela contou em juízo que não testemunhou nenhum episódio de assédio na festa do Zorra e que Melhem usou o argumento como vantagem de defesa em entrevistas posteriores. "Faz dois anos que ele vem falando o meu nome e mentindo. Ele está distorcendo tudo que eu falei na audiência. Ele está tentando me usar como estratégia de defesa, o que não faz nenhum sentido porque nunca aconteceu um beijo em trio. Eu ter ficado com ele, não anula em nada ele ter assediado a Dani. Eu não fui assediada, mas isso não quer dizer que a Dani não foi assediada. Eu não ter visto a Dani ter sido assediada, não quer dizer que ela não foi assediada (...) O que eu não vi, eu não vi. Eu não vou mentir. Ela é minha amiga, mas eu não vou mentir para nada. E eu não preciso mentir, ela não precisa de estratégia, ela está com a verdade. Quem precisa de estratégia é quem tá mentindo, né?", finalizou.