Casos de racismo podem estar onde você menos espera. Nem no ambiente jornalístico, o preconceito se livra. Nos últimos anos, tornou-se ainda mais comum com que jornalistas como Aline Midlej viessem a público para revelar casos de discriminação que sofreram nos bastidores da notícia.

Aline Midlej compõ o time de jornalistas da GloboNews (Créditos: reprodução/Instagram)
Aline Midlej compõ o time de jornalistas da GloboNews (Créditos: reprodução/Instagram)

Neste domingo (17), a âncora do jornal das Dez, da GloboNews, Aline Midlej, contou as experiências de racismo que teve que enfrentar ao longo da carreira de jornalismo. Para a comunicadora, a discriminação nestes lugares era “escancarada” e em algumas situações até chegou a ouvir pedidos para que mudasse seu cabelo.

“A construção do meu eu negro foi um processo. Vivi o racismo que considero escancarado e não velado, num olhar, numa reticência corporal. E outras emissoras, nos anos 2000, passei pelo desafio da estética. Certa vez, deixei meu cabelo enrolado e me pediram para mudar o penteado. Fiz uma versão meio enrolada, meio lisa”, contou Aline em entrevista ao jornal O Globo.

Midlej contou que jamais obedeceria novamente este tipo de solicitação. “Hoje minha resposta para esse ‘pedido’ estaria na ponta da língua, eu ia rir alto”, afirmou.

Mesmo tendo enfrentado a situação algumas vezes, Aline conta que através de muita luta, houve um avanço importante na sociedade brasileira no que diz respeito à conscientização. “Tenho convicção de que, se voltasse à minha escola, encontraria meninas como eu em maior quantidade. Também é um desafio não cair nessa estigmatização”, finalizou.