A segunda temporada de”Paciente 63″, do Spotify, estreou nesta terça-feira (08) na plataforma de streaming. Para promover a atração, os atores Mel Lisboa e Seu Jorge falaram em entrevista sobre o processo de criação de seus personagens.
“Quando você faz um podcast, uma audiosérie como essa, você cria uma voz original, você faz uma personagem, mas que você só tem a voz para expressar e contar aquela história. Na dublagem, você tem uma imagem sobre a qual você faz a sua voz”, disse Mel em entrevista ao Canal Cinco Tons nesta segunda-feira (07/02), e republicada pelo Cenapop.
Ela também comentou sobre as diferenças entre dublagem e criação de personagem para podcast.”E a dublagem, especificamente, você ainda faz o trabalho em cima de um outro ator ou atriz, que fez um trabalho em uma outra língua. Tem a voz original de animação, também, que é um trabalho de criação, mas depois vai ter uma imagem. Nesse caso em específico do podcast, não tem imagem, não tem nada. Ele realmente é um produto de áudio. E esse produto de áudio faz com que a experiência seja muito imersiva. Você entra na história de uma forma diferente. Ela se assemelha a experiência da literatura, porque você, como ouvinte, você tem um papel fundamental na criação da história. Porque é você que conclui a imagem”.
“Fiquei com dificuldade de gostar das coisas”
Na sequência, Seu Jorge falou sobre as dificuldades que encontrou para gravar a primeira temporada, durante a fase aguda da pandemia, e como a nova leva de episódios foi mais fácil:”O processo de gravação da primeira temporada teve algumas restrições, mas tive o privilégio de gravar junto com a Mel — ela em uma sala do estúdio, eu em outra sala, interligados por uma transferência de vídeo. E todos os episódios da temporada fizemos assim. Na segunda temporada, a Mel já tinha feito tudo, gravado a parte dela, e eu fiz com a voz dela. Pelo que me consta, a Mel fez ouvindo o original, e eu tive o privilégio de ouvi-la falando português, nossa língua, porque nós estamos fazendo uma tradução, uma tradução muito fiel ao original, não tem espaço para improviso, não tem espaço para ‘caco’ [improviso], é muito em cima do ‘timecode'”, relatou.
“Então, para a segunda, eu trouxe a experiência da primeira, experiência que foi muito intensa, muito profunda para mim enquanto fazia. Fiquei com muita dificuldade de gostar das coisas [na pandemia], mas tive uma direção muito apurada, uma lupa bem forte do Gustavo [Kurlat, diretor da audiosérie]. E nessa segunda [temporada] as coisas melhoraram um pouco, ao ponto de construir esse estado de confiança da Mel fazer primeiro, que é uma craque. Digo em toda entrevista, é como se colocassem em campo o melhor jogador. Ela chega, faz logo 5 a 0, e aí o suplente vem”, elogiou o ator.