O nome de Antonio Fagundes se tornou um dos mais comentados no último fim de semana, após o ator barrar a entrada de pessoas atrasadas em sua peça de teatro, que atualmente faz temporada no Rio de Janeiro. Em um dos dias, a polícia foi chamada para conter o público irritado com a decisão do artista — que costuma anotar nos tickets que não há exceções quanto a essa regra.
Em entrevista ao jornal O Globo, nesta terça-feira (17), Fagundescomentou sobre a confusão. “Eu me sinto até desconfortável de falar sobre isso, porque é como se a gente tivesse que explicar para as pessoas o que significa a palavra’começa’. Se uma peça começa às 20h, a pessoa não pode chegar no teatro faltando dois minutos para as 20h e achar que ela está no direito de atrapalhar as outras pessoas”, disse ele.
“Esse não é um problema particular do Rio de Janeiro. É um problema cultural, nosso. É como se fôssemos tão especiais que as coisas só pudessem então começar quando a gente chega. Parei de ir a cinema por causa disso. As pessoas são impossíveis: acendem a luz do celular e ficam falando… É um transtorno tão grande! Não quero que o público das minhas peças sofra o mesmo mal-estar”, frisou.
Fagundes ainda explicou o motivo pelo qual não abre exceções nessa regra. “As pessoas que chegam no horário combinado passam pelo mesmo problema que todas as outras pessoas na cidade. Se choveu, choveu para todo mundo. Se tinha trânsito, também. Se houve blitz, idem. Não tenho nenhuma pretensão de educar ninguém, mas de respeitar quem merece ser respeitado. Minha ideia não é penalizar alguém por ter chegado atrasado, mas favorecer aqueles que chegaram na hora. Não sei por qual razão as pessoas acham que, no teatro, determinadas regras, que são cumpridas em locais como aeroportos e provas como o Enem, deixam de existir. Ingresso é um contrato que se firma com a plateia. E está escrito lá: não pode entrar depois do início da sessão”, ressaltou.